O deputado norte-americano Ro Khanna, democrata pelo 17º Distrito da Califórnia e vice-presidente do Congressional Progressive Caucus, afirmou em entrevista à MSNBC que pretende apresentar um projeto de lei proibindo o ex-presidente Donald Trump, seus familiares e todos os membros do Congresso de negociar criptomoedas ou ações.
Khanna citou possível conflito de interesses envolvendo o token World Liberty Financial (WLFI), iniciativa vinculada aos filhos de Trump, e a recente concessão de perdão ao cofundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao. Para o parlamentar, a decisão configura “corrupção descarada”.
Segundo Khanna, CZ – que se declarou culpado de violar a Lei de Sigilo Bancário dos Estados Unidos por falhas no programa de prevenção à lavagem de dinheiro da Binance – teria recebido o perdão de Trump após apoiar financeiramente o WLFI. O congressista afirma que o projeto de criptomoeda “rende milhões de dólares” aos filhos do ex-presidente.
Eric Trump nega qualquer participação de seu pai no empreendimento. Em setembro, ele declarou que Donald Trump “está governando uma nação” e “não se envolve nos nossos negócios”.
Embora não tenha divulgado detalhes, Khanna adiantou que seu texto pretende proibir qualquer autoridade eleita de possuir criptativos ou aceitar recursos estrangeiros. Registros legislativos mostram que a proposta ainda não foi formalmente protocolada.
Imagem: Trader Iniciante 2 (15)
A discussão sobre se políticos devem investir no mercado financeiro já acontece no Congresso por meio de um projeto bipartidário que busca restringir operações de ações por parlamentares. Apesar de criticar Trump, Khanna também realiza movimentações substanciais no mercado.
Dados da plataforma Quiver Quant apontam que, apenas em 2025, o deputado movimentou US$ 80,3 milhões em ações. Desde que tomou posse em 2017, foram mais de 35 mil transações, somando volume superior a US$ 580 milhões. Os setores mais negociados por ele são financeiro, tecnologia da informação e saúde.
Até o momento, não há previsão para a votação da proposta de Khanna nem do projeto bipartidário sobre negociações de parlamentares.