Volume negociado por pessoas físicas em FIIs recua para 48,7% e estrangeiros sobem a 18,6% em setembro

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A fotografia do mercado de fundos imobiliários (FIIs) da B3 mudou entre agosto e setembro de 2025. Embora os investidores pessoa física continuem respondendo por 73,6% das posições em custódia, sua participação no volume negociado caiu de 55,4% para 48,7% em apenas um mês.

No mesmo período, investidores institucionais passaram a representar 29,8% das operações, enquanto a fatia dos estrangeiros avançou de 15,2% para 18,6%.

Selic estável afasta o investidor individual

Para Cassiano Jardim, diretor de investimentos da Barzel Properties, o recuo do investidor pessoa física está relacionado à manutenção da Selic em 15%. “Estamos indo para a terceira reunião do Copom seguida com juros estabilizados e guidance de manutenção. O que tinha para sair e migrar para o CDI já foi feito, e a precificação atual dos fundos fica andando de lado”, resume.

Jardim observa que o movimento não significa, necessariamente, maior apetite de instituições e estrangeiros, mas sim uma retração natural do investidor individual em ambiente de juros elevados. “Ainda há uma parcela relevante de pessoas físicas que reage à Selic em si, e não às expectativas futuras. Com a taxa parada, o volume cai”, afirma.

Institucionais e estrangeiros se posicionam para queda de juros

Sylvio Martins, analista de produtos alternativos da Arton Advisors, vê outro fator para o avanço dos institucionais. Segundo ele, esses agentes já se posicionam para o início de um ciclo de cortes na taxa básica. “Nos últimos meses houve queda na inflação implícita, o que torna o carrego dos fundos imobiliários mais atrativo”, explica.

Imagem: infomoney.com.br

O especialista também destaca a maior presença estrangeira, que chegou a 18,6% do volume. “Muitos fundos estão se tornando elegíveis a investidores externos e são negociados com descontos de até 40% sobre o valor patrimonial, principalmente no segmento de lajes corporativas”, pontua.

Na avaliação de Martins, a combinação de institucionais e estrangeiros tende a inaugurar uma fase de maior liquidez e maturidade para o mercado de FIIs à medida que os juros comecem a recuar.