Um relatório divulgado pelo BTG Pactual nesta segunda-feira (27) aponta mudança nas preferências dos investidores do setor de varejo. Segundo pesquisa de sentimento realizada pelo banco com 81 participantes — 16% deles estrangeiros —, Smartfit desponta como a ação favorita para quem mira o longo prazo, enquanto Assaí assume a liderança entre as apostas de curto prazo.
No horizonte de maior duração, Smartfit recebeu 26% dos votos. Na sequência aparecem Vivara (22%), Raia Drogasil (15%), C&A (10%) e Mercado Livre (8%). Assaí, que antes figurava entre as preferidas para prazos mais extensos com 10% de participação, caiu para 1%. Já Raia Drogasil ganhou relevância, passando de 7% para 15% dos votos.
Entre as estratégias de curto prazo, Assaí tornou-se a principal escolha, somando 19% das indicações. Natura perdeu espaço nessa categoria, recuando de 27% para 9% dos votos.
No LatAm CEO Conference, investidores internacionais demonstraram postura um pouco mais otimista, amparada na expectativa de que o ciclo de consumo no Brasil possa se recuperar com eventual afrouxamento monetário. O interesse, porém, permanece concentrado em papéis de maior liquidez, como Mercado Livre, Raia Drogasil, Renner, Assaí e Smartfit.
O consenso entre os participantes continua indicando um período de transição, com possível revisão negativa de lucros em algumas companhias devido a crescimento de receita abaixo do projetado. Apesar disso, múltiplos mais comprimidos reacendem compras seletivas, observam os analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim e Pedro Lima, autores do relatório.
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Na carteira acompanhada pelo BTG — composta por 30 empresas —, a valorização acumulada no ano é de 17%, embora marcada por forte volatilidade nos últimos meses.
Para Lojas Renner, 68% dos entrevistados projetam avanço das vendas mesmas lojas (SSS) entre 5% e 5,5% no terceiro trimestre. Para o quarto trimestre, 79% esperam expansão inferior a 8%. As estimativas de lucro líquido da companhia para 2026 foram reduzidas: 45% dos participantes agora veem resultado entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,65 bilhão, alinhado às projeções do banco.
Quanto à C&A, 82% dos respondentes preveem alta de SSS em vestuário de 8% a 9% no terceiro trimestre. Para 2026, 65% calculam lucro líquido acima de R$ 600 milhões, em linha com a estimativa do BTG Pactual.