Nova York, 25 de junho — Ben Cohen, um dos fundadores da Ben & Jerry’s, declarou que a controladora Unilever barrou a criação de um novo produto que faria referência à Palestina.
Em postagem na rede social X, Cohen informou que a ideia original era desenvolver um sorvete dedicado à causa palestina. Segundo ele, a divisão de sorvetes da Unilever, que inclui a marca Magnum, não autorizou o projeto. “Tenho uma melancia, um pote vazio e preciso de ajuda para batizar o sabor e pensar nos ingredientes”, escreveu o empresário, convidando seguidores a colaborar.
A melancia foi escolhida por carregar as cores vermelho, verde, preto e branco, as mesmas da bandeira palestina, símbolo usado frequentemente em manifestações de apoio ao povo palestino.
Impedido de avançar pela via corporativa, Cohen decidiu produzir o sorvete por conta própria. Em vídeo publicado na mesma plataforma, afirmou que pretende “chamar atenção para a situação das crianças palestinas” e defender um cessar-fogo permanente, além de esforços de reconstrução.
A relação entre Ben & Jerry’s e sua controladora vive tensão desde 2021, quando a marca tentou suspender as vendas em territórios ocupados por Israel. A iniciativa foi bloqueada pela Unilever.
Imagem: Landon Mion FOXBusiness via foxbusiness.com
Em maio deste ano, Cohen foi retirado de uma audiência do Comitê de Saúde, Educação, Trabalho e Pensões do Senado dos Estados Unidos depois de protestar contra o financiamento de armamentos destinados a Israel. Na ocasião, ele acusou o Congresso de “matar crianças pobres em Gaza”.
No mesmo período, o outro cofundador, Jerry Greenfield, anunciou sua saída da empresa após 47 anos, alegando ter sido “silenciado” pela Unilever em temas sociais. A Ben & Jerry’s também acionou a Justiça ao denunciar a demissão de seu então CEO, David Stever, que, segundo a marca, ocorreu por motivações políticas e violou o acordo de fusão firmado em 2000.
A Unilever foi procurada para comentar as declarações, mas não havia se manifestado até o fechamento desta edição.