
Mais de uma dezena de deputados republicanos enviaram uma carta à secretária da Agricultura, Brooke Rollins, e ao representante de Comércio, Jamieson Greer, criticando a intenção do governo Trump de ampliar as importações de carne bovina da Argentina. O grupo afirma que a medida, anunciada para aliviar o preço pago pelos consumidores nos Estados Unidos, pode prejudicar produtores nacionais, enfraquecer a posição do país em negociações comerciais e reabrir riscos sanitários evitáveis.
O documento é encabeçado pelo presidente da Comissão de Ways and Means da Câmara, Jason Smith (Missouri), e também leva as assinaturas de Adrian Smith (Nebraska), Greg Steube (Flórida), Beth Van Duyne (Texas), Mike Carey (Ohio), Michelle Fischbach (Minnesota), Bruce Westerman (Arkansas), Rudy Yakym III (Indiana), Scott Franklin (Flórida), Max Miller (Ohio), David Kustoff (Tennessee), Frank Lucas (Oklahoma), Greg Murphy (Carolina do Norte) e Aaron Bean (Flórida).
“Conceder mais acesso a um país que já é um dos nossos maiores fornecedores de carne bovina pode desestabilizar o mercado e pressionar para baixo o preço pago aos criadores norte-americanos, sem garantir benefícios mensuráveis ao consumidor”, diz o texto.
Os parlamentares pedem investimentos internos para reduzir custos em vez de depender de importações. Segundo Jason Smith, a compra de carne da Argentina dificilmente terá “impacto significativo nos preços nas prateleiras”. Ele elogiou a tentativa da administração de abrir novos mercados para os produtores dos EUA, mas afirmou que é arriscado afrouxar barreiras para países que historicamente aplicam tarifas elevadas ao produto norte-americano. “America First significa carne americana”, concluiu.
A porta-voz Anna Kelly declarou que o governo busca “proteger os pecuaristas dos EUA e oferecer alívio econômico de curto prazo para os consumidores” ao permitir a entrada de carne argentina, enquanto implementa uma nova iniciativa do Departamento de Agricultura (USDA) para apoiar a expansão do rebanho doméstico no longo prazo.

Imagem: Rachel Wolf FOXBusiness via foxbusiness.com
Outro grupo de republicanos, liderado pela deputada Julie Fedorchak (Dakota do Norte), já havia enviado carta ao presidente Donald Trump alertando que o plano pode ameaçar um setor que gera US$ 112 bilhões para as economias rurais e sustenta milhares de empregos. Eles também questionam se o produto importado seguirá os mesmos padrões de segurança alimentar aplicados nos Estados Unidos.
Em entrevista à CNBC, Brooke Rollins reconheceu que a Argentina enfrenta um surto de febre aftosa, mas assegurou que o USDA fará monitoramento rigoroso. Ela acrescentou que o volume a ser importado será pequeno se comparado à produção interna.
Até o momento, o Departamento de Agricultura não se pronunciou publicamente sobre os questionamentos levantados pelo Congresso.






