Nvidia lidera ofensiva do setor de IA para reindustrializar os Estados Unidos

Mercado Financeiro21 minutos atrás7 pontos de vista

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Em 28 de outubro, durante o primeiro grande encontro da Nvidia em Washington, Jensen Huang, cofundador e presidente-executivo da companhia, relembrou seus tempos de auxiliar de garçom no Denny’s enquanto servia água aos painelistas. Hoje à frente da empresa mais valiosa do mundo, Huang declarou-se “incrivelmente orgulhoso” de colaborar com o governo do presidente Donald Trump e afirmou que pretende ajudar a “reindustrializar a América”.

Pouco depois do discurso, Huang embarcou para a Coreia do Sul para acompanhar Trump antes das negociações comerciais com a China. A aproximação é vista como tentativa de obter apoio do presidente para que Pequim volte a permitir a venda de unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia em seu mercado.

Produção de chips nos EUA

Os planos da empresa começam pela fabricação de semicondutores. Nove meses após Trump pedir a Huang o retorno da produção ao território norte-americano, a fabricante taiwanesa TSMC concluiu, em meados de outubro, a primeira bolacha de silício da GPU Blackwell na fábrica que mantém no Arizona. Segundo o executivo, processadores, memória e encapsulamento do modelo também passarão a ser feitos nos Estados Unidos, embora a produção em grande escala ainda deva demorar.

Fábricas robotizadas

A Nvidia também aposta na robótica. De acordo com Huang, a inteligência artificial permitirá que companhias como a taiwanesa Foxconn ergam plantas totalmente automatizadas em solo americano, operadas por “gêmeos digitais” — simulações virtuais desenvolvidas com tecnologia da empresa. Para enfrentar a escassez de mão de obra, algumas unidades deverão produzir robôs humanoides equipados com IA.

Nova concorrência para a ASML

O movimento de reindustrialização não se resume à Nvidia. Em 28 de outubro, James Proud, ex-discípulo do investidor Peter Thiel, anunciou a criação da Substrate, que pretende fabricar, nos EUA, equipamentos de litografia avançada por raios X destinados à produção de chips. A meta é competir com a holandesa ASML, hoje fornecedora exclusiva da tecnologia de ultravioleta profundo usada em semicondutores de última geração.

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Imagem: redir.folha.com.br

A Substrate captou US$ 100 milhões e foi avaliada em US$ 1 bilhão. O plano é abastecer fundições em todo o país, reduzindo a dependência de componentes fabricados em Taiwan. “A maioria acredita que vamos fracassar, mas isso é importante o bastante para tentar”, afirmou Proud.

Desafios e contradições

Especialistas apontam que a repatriação industrial em larga escala ainda enfrenta entraves econômicos. Críticas mencionam a influência direta do presidente nas decisões corporativas, gargalos de infraestrutura e políticas que desestimulam fontes limpas de energia, como a eólica, além das restrições a imigrantes qualificados e não qualificados.

Apesar disso, a proximidade entre o setor de tecnologia e Washington ganhou força à medida que a inteligência artificial passou a depender cada vez mais de hardware, centros de dados e redes físicas. No encerramento de seu discurso, Huang agradeceu ao público “por tornar a América grande novamente”. Um dia depois, em 29 de outubro, a Nvidia alcançou valor de mercado de US$ 5 trilhões, tornando-se a primeira companhia a atingir essa marca.

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