A Opep+ aprovou no domingo (2) um aumento de 137 mil barris por dia nas metas de produção de petróleo para dezembro de 2025 e definiu que não haverá novos acréscimos nos três primeiros meses de 2026. A decisão reflete o receio de excesso de oferta no mercado, que já vinha pressionando os preços do barril.
Participaram da reunião os oito países do grupo que analisam mensalmente os níveis de extração — Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Kuwait, Omã, Cazaquistão e Argélia. O volume adicional aprovado para dezembro repete o patamar autorizado em outubro e novembro.
Desde abril, a aliança elevou seus limites em cerca de 2,9 milhões de barris por dia, o que equivale a 2,7% da oferta global. O ritmo, porém, diminuiu a partir de outubro diante de projeções de superávit.
Novo fator de incerteza são as sanções impostas por Estados Unidos e Reino Unido contra as produtoras russas Rosneft e Lukoil. Analistas avaliam que Moscou pode enfrentar dificuldade para ampliar a extração, o que pesou na decisão de frear os aumentos no curto prazo.
Os preços do petróleo recuaram para aproximadamente US$ 60 por barril em 20 de outubro, menor nível em cinco meses, mas voltaram para perto de US$ 65 após a adoção de sanções contra a Rússia e sinais de avanço em negociações comerciais dos Estados Unidos.
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Segundo Jorge Leon, da Rystad Energy, a Opep+ fez um “ajuste calculado” para preservar cotações e avaliar o impacto das restrições sobre o petróleo russo. Para Amrita Sen, da Energy Aspects, a pausa entre janeiro e março — período sazonalmente mais fraco para a demanda — demonstra atuação preventiva do cartel.
A Opep+ vinha reduzindo a produção desde 2020 e atingiu o pico de cortes em março de 2025, quando manteve 5,85 milhões de barris por dia fora do mercado. A partir de abril, iniciou a reversão gradual, agora ajustada pela perspectiva de oferta excedente.
Com a decisão, o grupo pretende observar o comportamento dos estoques globais e o efeito das sanções antes de definir novos passos a partir de abril de 2026.