Itaú assume liderança em valor de mercado na B3 e deixa Petrobras para trás

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São Paulo – O Itaú Unibanco tornou-se a companhia de maior valor de mercado da Bolsa brasileira ao ultrapassar a Petrobras, segundo levantamento da consultoria Elos Ayta divulgado nesta segunda-feira (3).

Na última quinta-feira (31), o banco encerrou o pregão avaliado em R$ 401,9 bilhões, enquanto a petroleira somava R$ 396,5 bilhões. É a primeira vez desde 2020 que o Itaú ocupa de forma consistente o topo do ranking da B3.

No início da sessão desta segunda, as ações do Itaú subiam 1,5%, cotadas a R$ 40,02. Os papéis preferenciais da Petrobras avançavam 1,18%, para R$ 30,10, e as ações ordinárias ganhavam 0,83%, a R$ 31,77. O desempenho de ambas ajudava o Ibovespa a operar pela primeira vez acima dos 150 mil pontos.

Setor financeiro em alta

De acordo com a Elos Ayta, a valorização do Itaú reflete a expectativa de retomada gradual do crédito e a estabilidade dos resultados corporativos do setor bancário no trimestre.

O Santander, primeiro a divulgar balanço, reportou lucro de R$ 4 bilhões no terceiro trimestre, alta de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024. O Bradesco apresentou lucro líquido de R$ 6,2 bilhões, avanço anual de 18,8%.

O Itaú publicará seus números na terça-feira (4), após o fechamento do mercado. Projeções da Bloomberg apontam lucro de R$ 11,78 bilhões, impulsionado por concessão de crédito considerada “disciplinada” em segmentos de menor risco. O Banco do Brasil fecha a temporada bancária em 11 de novembro.

Análises da XP indicam que, ainda que os resultados do terceiro trimestre tenham efeito limitado no curto prazo, o Itaú continua sendo a “melhor alternativa” entre os bancos para enfrentar o cenário macroeconômico atual.

Imagem: redir.folha.com.br

Evolução dos valores de mercado

Desde dezembro de 2024, quando valia R$ 281,9 bilhões, o Itaú acumula ganho superior a 40%. Já a Petrobras, que atingiu pico de R$ 526 bilhões em fevereiro, perdeu mais de R$ 120 bilhões diante da volatilidade dos preços do petróleo e de debates sobre sua política de dividendos.

Apesar da troca de posições na B3, a empresa brasileira mais valiosa segue fora da Bolsa paulista: o Nubank, listado na NYSE, era avaliado em US$ 77,62 bilhões (cerca de R$ 418 bilhões) em 31 de outubro. No Brasil, seus papéis são negociados via BDRs.

Com os novos valores, o ranking das cinco maiores companhias da B3 fica assim: Itaú, Petrobras, Vale (R$ 278,6 bilhões), BTG Pactual (R$ 248,9 bilhões) e Ambev (R$ 198,2 bilhões).

Para a Elos Ayta, o movimento evidencia a força dos bancos no mercado acionário brasileiro e representa uma recomposição depois de anos de domínio de Petrobras e Vale no topo da bolsa.