São Paulo – O conselho de administração da Axia Energia, antiga Eletrobras, autorizou a distribuição de R$ 4,3 bilhões em dividendos intermediários, utilizando parte da reserva estatutária da companhia.
No balanço do terceiro trimestre, divulgado nesta quarta-feira (5), a elétrica reportou prejuízo líquido de R$ 5,45 bilhões, revertendo o lucro registrado em igual período de 2024. O resultado negativo reflete principalmente a venda da participação na Eletronuclear, operação que gerou despesa contábil de R$ 7 bilhões sem impacto no caixa.
Além da saída da Eletronuclear, vendida ao grupo J&F, a Axia concluiu no trimestre o descruzamento de ativos com a Copel e se desfez da fatia que detinha na Emae para a Sabesp. Segundo a empresa, esses movimentos visam simplificar a estrutura societária e reduzir riscos.
Considerando ajustes regulatórios, o lucro somou R$ 2,2 bilhões, queda de 68% sobre o mesmo intervalo do ano anterior. A companhia destacou o efeito da remensuração de contratos de transmissão sobre esse indicador.
A receita líquida regulatória ajustada totalizou R$ 9,97 bilhões, recuo anual de 4,6%, influenciado pela menor receita de geração após a alienação de térmicas no Amazonas e pela venda adicional de energia da Usina de Tucuruí.
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Os investimentos alcançaram R$ 2,7 bilhões, alta de 32% na comparação com o segundo trimestre e de 57% em relação ao terceiro trimestre de 2024.
O estoque de provisão relativo ao empréstimo compulsório fechou setembro em R$ 11,7 bilhões, redução de R$ 2,7 bilhões em doze meses e de R$ 362 milhões frente ao trimestre anterior.
Em nota que acompanha o resultado, a Axia afirmou que as alienações recentes, a resiliência dos preços de energia previstos para 2026 e o avanço na comercialização criaram espaço para a proposta de dividendos e para a participação no próximo leilão de transmissão.