São Paulo – A taxa de fecundidade no Brasil caiu para 1,55 filho por mulher em 2022, o menor índice já registrado pelo IBGE. O número se aproxima dos patamares de Suécia (1,52) e Dinamarca (1,55), países reconhecidos por políticas robustas de apoio às famílias.
Com menos crianças nascendo, especialistas apontam que o cuidado paterno se torna cada vez mais relevante. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2023 mostram que as mulheres aumentam o tempo dedicado a tarefas domésticas quando têm filhos, enquanto os homens mantêm, em média, 11 horas semanais de cuidados, independentemente da paternidade.
Estudo divulgado em 2015 sobre reformas trabalhistas ocorridas na Noruega em 1992 e 1993 identificou que quatro semanas de licença-paternidade melhoraram de forma significativa e duradoura o desempenho escolar das crianças, além de intensificar a participação dos pais na criação.
Levantamento publicado em 2024 na revista Human Resource Management Review, que revisou pesquisas sobre o tema, indica expansão dos trabalhos acadêmicos a partir de 2018, com 69% assinados por mulheres e 48% por autoras europeias. Entre os efeitos observados, estão:
Pesquisa do Insper revelou que a presença do pai no mesmo domicílio diminui em um terço a evasão escolar de adolescentes de 16 anos, resultado comparável ao impacto do programa federal Pé-de-Meia.
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Em outubro de 2024, a Câmara dos Deputados aprovou a ampliação da licença-paternidade para 20 dias. A proposta aguarda análise do Senado.
Especialistas defendem que a medida seja acompanhada de campanhas de conscientização sobre paternidade ativa e questionam se o período de 20 dias é suficiente para atender às necessidades das famílias brasileiras.