Mesmo depois de uma valorização consistente ao longo de 2025, os fundos de investimento imobiliário (FIIs) continuam negociando abaixo do valor patrimonial, segundo levantamento da XP.
O índice de referência do setor, o IFIX, é cotado a 0,89 vez o valor patrimonial, o que corresponde a um desconto de 11% frente ao histórico. O cenário contrasta com o desempenho do ano, marcado pelo fechamento da curva de juros e pela retomada das cotações.
Para avaliar a precificação real, a XP separou os principais grupos de FIIs:
• Fundos de recebíveis: desconto médio de 7%;
• Fundos de tijolo: deságio de 15%;
• Fundos de fundos (FOFs): negociação 16% abaixo do valor patrimonial, nível comparável a um desvio padrão abaixo da média histórica, de acordo com Marx Gonçalves, head de fundos listados da XP e apresentador do programa Liga de FIIs.
No segmento de galpões logísticos, a taxa de vacância nacional caiu para a mínima histórica de 7,5%, mesmo após um ciclo de entregas recorde. A escassez de espaços fortalece o poder de barganha dos proprietários, que vêm obtendo reajustes significativos nos contratos, por vezes superiores à inflação.
Imagem: infomoney.com.br
Nas lajes corporativas, o movimento de recuperação também se intensificou: a vacância atingiu o menor patamar desde o início da pandemia.
A XP classifica o mercado na Fase IV do ciclo de juros, marcada por política monetária restritiva e inflação persistente. Nesse ambiente, fundos de recebíveis com risco baixo a moderado tendem a apresentar resultados mais previsíveis.
Com a Selic elevada por período prolongado, os efeitos devem espalhar-se pela economia, abrindo caminho para a Fase I — historicamente a mais benéfica aos FIIs, quando juros recuam e a inflação se estabiliza, favorecendo especialmente os fundos de tijolo.
Os detalhes da pesquisa serão apresentados na edição desta quarta-feira do “Liga de FIIs”, transmitido às 18h no canal do InfoMoney no YouTube. Edições anteriores estão disponíveis para reprodução.