Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) afirmou, em ata divulgada nesta terça-feira (11) pelo Banco Central, que manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano por um período “bastante prolongado” deve ser suficiente para reconduzir a inflação ao centro da meta.
No documento, o colegiado avaliou haver moderação gradual da atividade econômica, redução da inflação corrente e queda das expectativas de preços. Segundo o Copom, esse recuo das projeções, antes concentrado nos prazos mais curtos, tornou-se “mais nítido” também nos horizontes mais longos.
No cenário de referência, a estimativa de inflação para 2025 passou de 4,8% para 4,6%. Para 2026, permaneceu em 3,6%. Já para o segundo trimestre de 2027, a projeção é de 3,3%, aproximando-se do alvo central de 3%.
Pelo regime de metas contínuas, o objetivo é considerado descumprido quando o IPCA fica fora do intervalo de 1,5% a 4,5% por seis meses consecutivos; o primeiro estouro nesse formato ocorreu em junho.
A ata menciona a incorporação preliminar do efeito da ampliação da isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5.000. O Copom classificou a estimativa como “bastante incerta” e afirmou que acompanhará os próximos dados para calibrar seus impactos.
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O colegiado reiterou a opção por uma postura conservadora e dependente de dados, lembrando que recentes medidas fiscais e creditícias, inicialmente vistas como potenciais fontes de desvio de cenário, não produziram alterações relevantes nas projeções.
Na reunião de 5 de novembro, o Copom manteve a Selic em 15% ao ano pela terceira vez consecutiva, apesar da pressão do governo por cortes. O comitê ressaltou que “perseverança, firmeza e serenidade” na condução da política monetária são essenciais para garantir a convergência da inflação à meta com o menor custo possível.