Geração elétrica mundial ainda depende 60% de combustíveis fósseis, mostra levantamento de 90 países

Mercado Financeiro1 hora atrás7 pontos de vista

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Desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, 149 países aumentaram a participação de fontes renováveis na produção de eletricidade, mas o avanço ainda não foi suficiente para alterar o quadro global. Segundo análise com dados da Ember –organização britânica que monitora tecnologias de energia limpa–, 60% da eletricidade gerada no planeta, o equivalente a 18,2 mil terawatt-hora (TWh), continua vindo de carvão, gás natural e petróleo.

A geração de energia elétrica responde por um terço das emissões de gases de efeito estufa, de acordo com a plataforma Climate Watch (dados de 2022).

Crescimento de solar e eólica

Entre 2014 e 2024, a participação de painéis fotovoltaicos na matriz elétrica mundial passou de 1% para 6,9%. No mesmo período, a fatia da energia eólica subiu de 3,5% para 8%. O levantamento reúne as informações mais recentes disponíveis para 91 nações que, juntas, representam 96% da demanda global.

China e Estados Unidos

Responsável por cerca de um terço da eletricidade consumida no mundo, a China reduziu o peso de combustíveis fósseis na sua matriz elétrica de 73% para 62% na última década. O país incluiu rapidamente fontes solar (8%) e eólica (10%) em busca de segurança energética, explica Nivalde de Castro, professor da UFRJ e coordenador do Gesel.

Nos Estados Unidos, a presença de carvão, petróleo e gás natural caiu de 67% para 58% no mesmo intervalo. A contribuição da energia solar chegou a 7%, enquanto a eólica alcançou 10%.

Brasil amplia diversidade

Com 88% da eletricidade proveniente de fontes renováveis, o Brasil está entre os líderes globais em geração limpa. A matriz, historicamente dominada por hidrelétricas, ganhou diversidade com a expansão da energia solar (10%) e da eólica (14%). Para Castro, alguma parcela de termelétricas continuará necessária para garantir abastecimento em períodos de seca.

Luxemburgo e Chile avançam

Luxemburgo registrou o maior salto proporcional desde 2015: de 32% para 90% de renováveis, impulsionado pela biomassa, que passou de 10% para 30%, e pela queda do carvão de 63% para 5%. Já o Chile elevou a participação de fontes limpas de 43% para 70% em uma década.

Dependência de carvão e gás

Apesar dos progressos, 143 países ainda geram mais da metade de sua eletricidade com fontes não renováveis. Na Índia, 74% da produção vem do carvão; na Mongólia, 86%; na África do Sul, 82%; e na Indonésia, 69%. O gás natural domina a matriz de Catar (99,7%), Tunísia (95%), Egito (82%), Irã (80%) e Nigéria (77%).

Debate na COP30

A redução do uso de combustíveis fósseis estará no centro da COP30, marcada para 10 de novembro em Belém (PA). Diferentemente de encontros anteriores, a conferência não discutirá o limite de 1,5°C de aquecimento global, mas sim mecanismos para impedir o colapso climático.

Dados do observatório europeu Copernicus indicam que 2024 registrou média de 15,10°C, 1,6°C acima do período pré-industrial (1850-1900), tornando-se o ano mais quente já medido.

A presidência brasileira da COP30 trabalha na definição de quais nações têm maior capacidade de iniciar a transição energética, considerando responsabilidade histórica, situação econômica e dependência de fontes fósseis. O processo tem como obstáculo o atraso de vários membros da UNFCCC na apresentação de suas metas revisadas de redução de emissões (NDCs).

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