Baixa popularidade faz Trump sinalizar corte de tarifas sobre café e frutas, abrindo espaço para produtos do Brasil

Mercado Financeiro6 minutos atrás7 pontos de vista

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A aprovação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, caiu ao menor nível desde a posse e pressiona a Casa Branca a rever parte do tarifaço imposto a importados. Integrantes do governo norte-americano passaram a cogitar a redução de impostos sobre café, bananas e outros itens que o país não produz, medida que pode beneficiar exportadores brasileiros.

Popularidade em queda

De acordo com a média de levantamentos do Silver Bulletin, divulgada na quarta-feira (10.nov.2025), 55% dos norte-americanos desaprovam o desempenho de Trump, enquanto 41,4% aprovam, resultando em saldo negativo superior a 13 pontos. No início do mandato, em janeiro, o presidente mantinha saldo positivo próximo de 12 pontos.

A derrota expressiva do Partido Republicano na eleição parcial da semana passada reforçou o quadro adverso. Pesquisas de boca-de-urna apontaram o custo de vida como a principal preocupação do eleitorado.

Efeito do shutdown

A paralisação do governo federal, que deixou mais de 700 mil servidores sem salário e reduziu o auxílio-alimentação de 42 milhões de pessoas, também contribuiu para a queda de popularidade. Levantamentos indicam que a maioria da população atribuiu a responsabilidade pelo “shutdown” aos republicanos.

Pressão interna

Diante do desgaste, Trump prometeu devolver US$ 2.000 em impostos a famílias com renda anual de até US$ 100 mil — tributos elevados anteriormente pelo próprio tarifaço. Além disso, anunciou a intenção de cortar a tarifa de importação sobre café. Membros do governo acrescentaram que o alívio pode incluir bananas e outras frutas.

Grandes torrefadoras de café, afetadas pelo encarecimento da matéria-prima, lideram a pressão para rever as taxações. No varejo norte-americano, o preço do café moído subiu 18,9% em 12 meses até setembro. No mesmo período, a inflação geral de alimentos ficou em 3,1%; carnes bovinas avançaram 14,7% e bananas, 6,9%.

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Imagem: redir.folha.com.br

Impacto nas exportações brasileiras

Mesmo antes do tarifaço, o volume de café exportado pelo Brasil vinha recuando desde abril de 2024, tanto para os EUA quanto para destinos como Alemanha, Bélgica e Itália. Ainda assim, a receita total cresceu mais de 35% nos últimos 12 meses, sustentada pela alta do preço internacional e pelo aumento das vendas ao Japão e, sobretudo, à China.

No segmento de frutas e nozes, também atingido pelas tarifas, a tendência foi semelhante: preços médios de exportação caíram, mas o volume embarcado subiu, elevando o valor exportado em 6,2% no período de um ano.

Empresários do agronegócio brasileiro avaliam que, apesar da capacidade de realocar mercadorias, é essencial recompor o mercado norte-americano para evitar perda de hábito de consumo e de vínculos comerciais. A percepção é de que o momento, marcado pela fragilidade política de Trump, cria condições favoráveis à negociação.

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