O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta quarta-feira (11) que o governo do ex-presidente Donald Trump divulgará nos próximos dias medidas para reduzir o valor de itens alimentícios importados, com destaque para café e bananas.
Em entrevista ao programa “Fox & Friends”, Bessent declarou que o anúncio abrangerá produtos “que não cultivamos aqui nos Estados Unidos” e que a iniciativa deverá “baixar os preços muito rapidamente”.
Os custos com alimentação continuam elevados no país. Em setembro, os preços de alimentos subiram 3,1% em comparação com o mesmo mês de 2023. No mesmo período, as bananas ficaram 6,9% mais caras e o café registrou alta de 18,9%.
Embora existam plantações de banana no Havaí e na Flórida, a produção comercial é limitada; a maior parte da fruta é importada de países com custos de mão de obra e terra mais baixos.
Na terça-feira (10), Trump disse, em entrevista exibida no programa “The Ingraham Angle”, que os Estados Unidos reduzirão algumas tarifas sobre a importação de café. Desde agosto, a commodity brasileira — que representa cerca de um terço do consumo norte-americano — enfrenta tarifa de 50%, o que praticamente inviabilizou sua entrada no mercado norte-americano e levou torrefadoras a recorrer aos estoques enquanto aguardam o resultado das negociações comerciais com o Brasil.
Imagem: Daniella Genovese FOXBusiness via foxbusiness.com
Durante a conversa desta quarta-feira, Bessent afirmou que o governo “herdou essa bagunça de acessibilidade” e que o país encara uma das piores crises inflacionárias de sua história. Segundo ele, o objetivo é combinar controle de preços com aumento de renda, por meio da recuperação de empregos industriais de alta remuneração, para que “trabalhadores por hora e americanos que vivem de salário tenham ganhos reais”.
O índice de preços ao consumidor (CPI) já caiu consideravelmente desde o pico de 9,1% em junho de 2022. Em setembro, o CPI avançou cerca de 3% em doze meses, o que aliviou parte da pressão, embora os valores sigam acima do nível pré-pandemia, influenciados pelo repasse de tarifas aos consumidores.