Inclusão de pessoas com deficiência demanda ações além da Lei de Cotas, dizem especialistas

Mercado Financeiro22 minutos atrás7 pontos de vista

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Apesar dos avanços registrados desde a criação da Lei de Cotas, a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho brasileiro ainda enfrenta obstáculos que vão além do cumprimento da legislação. A avaliação é de gestores e especialistas ouvidos pela coluna Políticas e Justiça da Folha de S.Paulo.

Em 2025, a Lei nº 8.213/1991 — conhecida como Lei de Cotas — completou 34 anos com mais de 63 mil contratações de profissionais com deficiência, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego. O volume reflete progresso, mas ainda está distante de atender ao potencial da população com deficiência em idade produtiva.

Estima-se que menos de um terço dessas pessoas participem efetivamente da força de trabalho. Entre os principais entraves apontados estão acessibilidade limitada, preconceito velado e ambientes corporativos pouco preparados para receber a diversidade, fatores que dificultam tanto o ingresso quanto a permanência desses profissionais.

Uma parceria anunciada entre o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e o governo federal pretende ampliar em 15% a inclusão de pessoas com deficiência e de trabalhadores reabilitados. A iniciativa prevê integração de bases de dados, emissão de alertas de vagas pela Carteira de Trabalho Digital e outras ações voltadas à intermediação de empregos.

A tecnologia é vista como aliada, mas especialistas alertam para riscos quando soluções digitais não consideram necessidades específicas de acessibilidade. Pesquisa citada pela coluna indica que 77% dos profissionais relatam aumento de carga de trabalho e queda de produtividade após a implementação de ferramentas de inteligência artificial, cenário que pode ser ainda mais desafiador para pessoas com deficiência.

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Imagem: redir.folha.com.br

Para Thalita Rocha, gerente de pessoas e comunicação na empresa de análise de dados Actionline, a estratégia de inclusão precisa colocar o trabalhador com deficiência no centro das decisões. Ela defende investimentos contínuos em programas de qualificação, adaptações razoáveis nos postos de trabalho e campanhas internas que valorizem a diversidade, medidas que, segundo a executiva, contribuem para a transformação da cultura organizacional.

Na coluna, o editor Michael França convida autores a indicar uma música aos leitores. A escolha de Thalita Rocha foi “Sereia”, de Lulu Santos.

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