Mundo precisaria investir 1% do PIB por ano para conter ameaça existencial da IA, aponta pesquisa

Mercado Financeiro2 dias atrás14 pontos de vista

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O planeta teria de destinar, anualmente, ao menos 1% de seu PIB — cerca de US$ 300 bilhões, ou R$ 1,59 trilhão — para reduzir o risco de extinção causado pela inteligência artificial, segundo cálculo do economista Charles Jones, da Escola de Negócios de Stanford.

O estudo foi apresentado em setembro, durante conferência realizada no campus da universidade na Califórnia que reuniu especialistas em segurança de IA. Os artigos do encontro estão sendo reunidos pelo National Bureau of Economic Research em um livro, já parcialmente disponível on-line. “Há urgência em divulgar as conclusões”, afirmou o coorganizador Anton Korinek, da Universidade da Virgínia.

Diferença entre o necessário e o atual

Atualmente, os gastos globais destinados especificamente a mitigar riscos existenciais da IA somaram pouco mais de US$ 100 milhões (R$ 529,76 milhões) no ano passado, conforme estimativa do engenheiro de software Stephen McAleese baseada em bancos de dados de subsídios. O montante representa apenas 0,03% do valor que Jones considera justificável.

Segundo o economista, boa parte dos recursos precisaria remunerar cientistas da computação de alto nível, além de advogados e diplomatas aptos a negociar tratados internacionais que restrinjam o uso da tecnologia. Investimentos significativos em capacidade de processamento também seriam indispensáveis.

Metodologia

Para chegar ao percentual de 1% do PIB, Jones comparou:

  • Despesas feitas por países para reduzir a mortalidade da Covid-19;
  • Estimativas sobre a probabilidade de a IA eliminar a humanidade;
  • Efetividade esperada dos investimentos em mitigação de risco.

Em quase todos os cenários simulados, gastar pelo menos 1% do PIB ao ano na próxima década mostrou-se economicamente razoável. A média dos testes chegou a 8% do PIB, valor que subiria se fossem considerados os benefícios para gerações futuras.

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Imagem: redir.folha.com.br

O autor encontrou exceções em duas situações: quando a chance de extinção é muito baixa ou quando é tão alta que não há meios de reduzi-la.

Debates paralelos

Embora o foco do encontro tenha sido o risco existencial, nem todas as apresentações foram sombrias. A professora Betsey Stevenson, da Universidade de Michigan, projetou que a IA deve eliminar tarefas tediosas e liberar tempo para atividades como jardinagem, arte ou convivência com amigos.

Outro tema discutido foi a arrecadação de impostos em uma economia dominada por robôs. Korinek e Lee Lockwood, também da Virgínia, concluíram que os tributos sobre trabalho tendem a dar lugar primeiro a impostos sobre consumo e, depois, a taxas incidentes sobre capital — computadores e robôs.

Enquanto trilhões de dólares são aplicados para acelerar o avanço da inteligência artificial, a pesquisa de Jones sugere que elevadas somas também precisam ser reservadas para garantir que o progresso não coloque em risco a própria sobrevivência humana.

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