A desvalorização de 42% dos papéis da Hapvida (HAPV3) na quinta-feira, 13 de novembro, provocou prejuízos expressivos em carteiras de diversos gestores. Levantamento da consultoria Elos Ayta identificou 54 fundos com recuo superior a 3% em suas cotas no mesmo dia.
Entre os veículos com posições mais robustas na operadora de saúde, destacam-se:
Fundos menores, mas com grande concentração no ativo, registraram as maiores quedas relativas:
Squadra Investimentos e SPX Gestão, ambas detentoras de cerca de 5% do capital da Hapvida distribuídos em vários fundos, figuram entre as mais impactadas. Em carta de agosto, a Squadra havia reconhecido desempenho abaixo do esperado, mas indicou intenção de ampliar a posição.
Segundo cálculo de Gabriel Diniz Junqueira, da Santa Fé Investimentos, a baixa de 42% foi a sétima maior variação negativa diária de uma ação do Ibovespa desde 2010. As únicas quedas superiores envolvem Americanas, Pão de Açúcar, B3 e Ambipar, motivadas por fraude, reestruturações ou desalavancagem; no caso da Hapvida, a razão foi resultado operacional considerado fraco.
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Para Ygor Bastos, analista da Genial Investimentos, a frustração com queima de caixa e sinistralidade acima das projeções desencadeou ordens de venda simultâneas. Em um papel com liquidez média de R$ 173 milhões, a saída conjunta de grandes investidores teria intensificado o movimento.
Após o tombo, a Hapvida informou ter recomprado cerca de R$ 20 bilhões em ações próprias, enquanto a família Pinheiro elevou sua participação para 41,43%. Mesmo assim, o papel ainda recuou 5,8% na sexta-feira, antes de avançar cerca de 4% na segunda-feira, acumulando queda de 42,5% desde o dia 13.