Nova York, terça-feira – O bilionário Bill Ackman apresentou um plano em três etapas que, segundo ele, permitiria ao Tesouro dos Estados Unidos transformar a participação dos contribuintes em Fannie Mae e Freddie Mac em mais de US$ 300 bilhões.
Durante uma transmissão na plataforma X, o fundador da Pershing Square Capital Management – detentor de mais de 210 milhões de ações das duas empresas – defendeu:
1. Reconhecimento do reembolso do resgate
Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) e Freddie Mac (Federal Home Loan Mortgage Corporation) enviaram “centenas de bilhões de dólares” em lucros ao Tesouro desde o resgate de 2008, superando o valor recebido na crise. Ackman quer que o Tesouro e a Federal Housing Finance Agency (FHFA) reconheçam formalmente que a dívida dos programas foi quitada.
2. Exercício dos warrants governamentais
Como parte do socorro financeiro, o governo recebeu o direito de comprar até 79,9% das ações de cada empresa a preço simbólico. Ackman defende o exercício imediato desses warrants, transformando os contribuintes em acionistas majoritários.
3. Retorno às negociações em bolsa
Retiradas da Bolsa de Nova York em 2008, Fannie e Freddie, na visão do investidor, já atendem aos critérios para serem relistadas, o que restabeleceria a negociação de seus papéis no mercado.
Se os três passos forem executados, o Tesouro passaria a deter 79,9% de cada companhia, participação que Ackman calcula valer mais de US$ 300 bilhões.
Imagem: Amanda Macias FOXBusiness via foxbusiness.com
Fannie Mae e Freddie Mac continuam sob controle federal desde a crise financeira. As duas instituições, responsáveis por comprar hipotecas de bancos, agrupá-las em títulos e garantir esses papéis, respondem hoje por cerca de metade das hipotecas residenciais dos Estados Unidos – aproximadamente US$ 12 trilhões em dívida pendente.
A proposta surge enquanto o governo Trump avalia novas iniciativas para tornar a moradia mais acessível, entre elas hipotecas de 50 anos, que críticos afirmam poder aumentar o endividamento de longo prazo.
Segundo Ackman, o Tesouro e a FHFA poderiam adotar as medidas imediatamente, sem necessidade de aprovação do Congresso.