Apesar do desempenho aquém do esperado nos últimos anos, a Natura&Co (NTCO3) continua na mira de gestores de recursos. A avaliação é de Ivan Barboza, sócio e gestor da Ártica Capital, que participou de entrevista ao programa Stock Pickers, mediado por Lucas Collazo.
Barboza reconheceu que a companhia foi “uma das maiores decepções” da Bolsa brasileira, citando aquisições internacionais que não deram retorno, como Avon e The Body Shop. Ainda assim, o executivo sustenta que o modelo de negócio permanece lucrativo e com potencial de expansão.
O gestor destacou que a rede de mais de 3 milhões de consultoras segue sendo o principal pilar da operação. Segundo ele, essa força no canal de venda direta — agora adaptado ao ambiente digital — assegura previsibilidade de receita e abre espaço para novas fontes de receita, como marketplace, dropshipping e serviços de pagamento.
Os problemas, lembrou Barboza, começaram após 2008, quando a desaceleração do crescimento levou a Natura a buscar expansão fora do Brasil. As aquisições acabaram comprimindo resultados e ampliando a alavancagem. A partir da chegada do CEO Fábio Barbosa, a empresa passou a priorizar operações rentáveis, reduzir estruturas globais e concentrar esforços na marca principal.
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Para Barboza, o ajuste de rota, aliado à capacidade de previsão de vendas do canal de consultoras, sustenta a tese de investimento da Ártica Capital. “É uma operação redonda”, resumiu, acrescentando que a companhia consegue usar os dados de faturamento para oferecer crédito e impulsionar novas vendas.