CEO da Nvidia prevê quarto trimestre “incrivelmente bom” após resultados robustos e acalma temores de bolha de IA

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CALIFÓRNIA, EUA – O presidente-executivo da Nvidia, Jensen Huang, afirmou nesta quarta-feira que a companhia caminha para um quarto trimestre “incrivelmente bom”, depois de apresentar um desempenho acima do esperado no terceiro trimestre e reduzir preocupações de que o rápido avanço da inteligência artificial (IA) tenha criado uma bolha no mercado.

Em entrevista ao programa “The Claman Countdown”, da FOX Business, logo após a divulgação dos resultados, Huang destacou que a empresa “orientou para um trimestre muito maior” entre novembro e janeiro. “O guidance que demos é loucamente bom”, disse o executivo.

Resultados do terceiro trimestre

A Nvidia registrou aumento de 62% na receita do terceiro trimestre fiscal, o primeiro avanço desse porte em sete trimestres. O faturamento do período, encerrado em 26 de outubro, foi impulsionado pelo segmento de data centers, responsável pela maior parte da receita da companhia, que somou US$ 51,2 bilhões, acima da estimativa de analistas de US$ 48,62 bilhões.

Projeções para o quarto trimestre

Para o trimestre fiscal que termina em janeiro, a empresa prevê receita de US$ 65 bilhões, com variação de 2% para cima ou para baixo, superando a média de projeções de mercado de US$ 61,66 bilhões, segundo dados da LSEG. A Nvidia também projeta margem bruta ajustada de 75%, com possível oscilação de 50 pontos-base, e planeja manter a margem na faixa de 70% a 75% até o ano fiscal de 2027, conforme a diretora financeira Colette Kress.

Demanda global por chips de IA

No contato com analistas, Huang minimizou temores de bolha de IA ao citar grande volume de pedidos por seus chips avançados. Segundo o executivo, a companhia já acumula US$ 500 bilhões em reservas de produção até 2026. “Estamos presentes em toda nuvem”, afirmou, ressaltando que desenvolvedores escolhem a arquitetura da Nvidia por funcionar “em qualquer lugar, de servidores em nuvem a dispositivos na ponta”.

Reação do mercado

Após o balanço, as ações da Nvidia subiram 5% no after-market, adicionando cerca de US$ 220 bilhões em valor de mercado. Antes da divulgação, o papel acumulava queda de quase 8% em novembro, depois de avançar 1.200% nos últimos três anos. Os contratos futuros do S&P 500 ganharam 1%, sinalizando abertura em alta no pregão seguinte.

Imagem: Sophia Compton FOXBusiness via foxbusiness.com

O desempenho da Nvidia impulsionou também os papéis da rival AMD e de gigantes de tecnologia como Alphabet e Microsoft. A fabricante de chips está presente em aproximadamente 673 fundos de índice (ETFs). Entre eles, VanEck Semiconductor, Strive U.S. Semiconductor ETF e Grizzle Growth ETF concentram de 21% a 27% de suas carteiras em ações da companhia. Nos grandes ETFs ligados ao S&P 500, como SPDR S&P 500 ETF e Vanguard S&P 500 ETF, o peso do papel é de 8%, enquanto o Invesco QQQ detém cerca de 10%.

No acumulado do ano, as ações da Nvidia avançam 35%, frente a uma alta de 13% do S&P 500.

Jensen Huang reforçou que a empresa lidera uma “reinvenção da computação”, processo que, segundo ele, deve estender-se por “muitos anos” com a modernização global para computação acelerada, GPUs e soluções de inteligência artificial.