O jornalista Vinicius Torres Freire afirmou que a prisão preventiva de Jair Bolsonaro intensifica o “drama” da transição para um bolsonarismo sem o ex-presidente à frente do movimento.
Em artigo publicado neste mês de novembro de 2025, o colunista da Folha de S.Paulo avalia que o encarceramento de Bolsonaro, apontado por ele como fato já esperado, deve oferecer novo combustível aos apoiadores mais radicais, enquanto setores considerados “pragmáticos” tentarão se posicionar para a eleição presidencial de 2027.
O texto menciona a convocação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) para uma vigília em frente à casa do pai no próximo sábado. No vídeo de chamada, o parlamentar recorreu a referências bíblicas e disse que a manifestação serviria, “neste primeiro momento”, para “buscar o Senhor dos Exércitos”, orar pela saúde de Jair Bolsonaro e “pela volta da democracia”.
Segundo Vinicius Torres Freire, a mobilização em torno da prisão deve intensificar a rivalidade entre dois grupos:
O colunista sustenta que o movimento político criado em torno do ex-presidente “é maior do que Bolsonaro” e se converteu em “ideia” capaz de sobreviver mesmo com o líder preso. A tendência, afirma, é que a figura do ex-mandatário perca força pública com o passar dos meses, ainda que o clã tente mantê-la em evidência.
Imagem: redir.folha.com.br
Para Torres Freire, uma eventual fuga de Bolsonaro poderia gerar impasses diplomáticos e prolongar o impacto político do caso; no entanto, a prisão preventiva, tal como decretada, apenas agrega um elemento dramático à trajetória já prevista de transição dentro da direita.
O artigo não cita datas exatas de julgamento nem detalhes sobre as condições de custódia do ex-presidente, mas ressalta que qualquer indulto só poderia ser discutido a partir de 2027, data de posse do próximo presidente da República.