Caracas, 29 jan. – Diversas empresas aéreas estrangeiras cancelaram neste sábado (28) rotas de chegada e saída da Venezuela depois de um comunicado da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) que aponta “situação potencialmente perigosa” no espaço aéreo do país.
A TAP Air Portugal suspendeu as ligações que teriam escala em Caracas no sábado e na próxima terça-feira, informando que a decisão “segue orientação das autoridades de aviação dos Estados Unidos, que indicam falta de garantias de segurança”.
A espanhola Iberia decidiu interromper indefinidamente seus voos para a capital venezuelana a partir desta segunda-feira (30) e avaliará periodicamente se retoma a operação.
Na América do Sul, Gol (Brasil) e Avianca (Colômbia) também retiraram de grade as decolagens previstas para Caracas no fim de semana. A Autoridade de Aviação Civil colombiana citou “riscos potenciais” para justificar a medida ao redor do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía.
Caribbean Airlines, sediada em Trinidad e Tobago, e Latam Airlines, do Chile, igualmente decidiram suspender temporariamente suas rotas que sobrevoam ou pousam na Venezuela.
No aviso distribuído na sexta-feira (27), a FAA recomenda cautela a qualquer operador que utilize a Região de Informação de Voo de Maiquetía, em todos os níveis de altitude, em razão do aumento de atividade militar e da piora do quadro de segurança no país. A agência norte-americana destaca que ameaças podem afetar aeronaves tanto em voo quanto no solo.
Imagem: Brie Stimson FOXBusiness via foxbusiness.com
O documento orienta ainda que as companhias que pretendam transitar pelo espaço aéreo venezuelano informem a FAA com antecedência mínima de 72 horas.
Voos diretos de passageiros ou cargas entre Estados Unidos e Venezuela estão suspensos desde 2019. Mesmo assim, algumas empresas continuavam a usar o corredor aéreo venezuelano em rotas para a América do Sul. Delta Air Lines e United Airlines reiteraram nesta semana que já haviam deixado de sobrevoar o território venezuelano há vários meses.
O alerta da FAA ocorre em meio ao aumento da presença militar dos Estados Unidos no Caribe e à escalada de tensões diplomáticas com Caracas.