A espanhola Iberdrola anunciou nesta segunda-feira (24) uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar os 16,2% de ações que ainda não detém da Neoenergia, sua subsidiária brasileira. O objetivo é retirar a companhia da B3 e concentrar a gestão das operações de redes no país.
O grupo, que já controla 83,8% do capital da Neoenergia, propôs pagar R$ 32,50 por ação. O valor foi definido com base na transação realizada em setembro, quando a Iberdrola adquiriu a participação do fundo de previdência Previ por R$ 11,95 bilhões.
Segundo fato relevante da Neoenergia, a atualização desse preço pela Selic foi considerada “justa”. O analista João Pimentel, do Citi, calculou que o ajuste elevaria a oferta para R$ 32,77, o que representa um prêmio de 9% em relação ao último fechamento do papel. Pelas contas do banco, esse montante implicaria uma TIR real de 10,1% e múltiplo EV/EBITDA de 6,5 vezes, abaixo das cerca de 11 vezes nas quais a Iberdrola é negociada.
A empresa estima desembolso total de 1,03 bilhão de euros (cerca de R$ 6,42 bilhões), antes da atualização pela Selic e considerando que a Neoenergia não distribua dividendos intermediários.
Em nota, a Iberdrola afirmou que a operação simplificará a estrutura societária no Brasil, dará mais flexibilidade financeira e reduzirá custos de manutenção do registro na bolsa.
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Com forte presença no segmento de distribuição, a Neoenergia atende aproximadamente 40 milhões de pessoas nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul. A companhia está renovando contratos de concessão — entre eles o de Pernambuco, já prorrogado — e projeta aumento expressivo de investimentos em redes diante da maior demanda por expansão e resiliência dos sistemas de distribuição e transmissão.
A Iberdrola destacou que 90% dos negócios da Neoenergia estão concentrados em redes elétricas e reforçou o compromisso de longo prazo com o mercado brasileiro.