O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira, 25 de novembro de 2025, cotado a R$ 5,3767, queda de 0,34% em relação ao dia anterior.
O movimento acompanhou o cenário externo: às 17h (horário de Brasília), o índice DXY, que compara a divisa norte-americana a seis moedas fortes, recuava 0,48%, para 99.666 pontos.
No mercado internacional, as apostas em um novo corte de juros pelo Federal Reserve continuam majoritárias. Ferramenta FedWatch, do CME Group, atribuía 84,7% de probabilidade de que a taxa dos Fed Funds seja reduzida para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano na reunião de 9 e 10 de dezembro; na véspera, a chance era de 84,4%. A probabilidade de manutenção caiu de 15,6% para 15,3%.
Declarações de dirigentes do Fed reforçaram essa perspectiva. O diretor Stephen Miran afirmou à Fox Business que o aumento da taxa de desemprego é consequência de uma política monetária “excessivamente restritiva” e defendeu cortes rápidos nos juros para evitar maiores danos ao mercado de trabalho. Miran votou por uma redução de 0,50 ponto percentual na última reunião do Fomc.
Indicadores divulgados nos EUA também sustentaram o viés de afrouxamento: o índice de confiança do consumidor da Conference Board caiu a 88,7 em novembro, ante 95,5 em outubro (dado revisado), abaixo da projeção de 93,4. As vendas no varejo subiram 0,2% em setembro, após avanço de 0,6% em agosto; o mercado esperava alta de 0,4%. O índice de preços ao produtor (PPI) aumentou 0,3% no mês, em linha com as estimativas, depois de recuar 0,1% em agosto.
Nos bastidores, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, informou que está finalizando entrevistas para escolher o próximo presidente do Fed e que o anúncio pode ocorrer antes do Natal. O mandato de Jerome Powell termina em maio de 2026.
Imagem: Liliane de Lima via moneytimes.com.br
Além disso, relatos de que a Ucrânia teria aceitado um esboço de acordo de paz com a Rússia permaneceram no radar dos investidores.
No Brasil, a moeda americana perdeu força com a leitura de que o ciclo de cortes da Selic pode começar em breve. O diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, declarou pela manhã que uma alta de juros não compõe mais o cenário-base da autoridade monetária e que o próximo movimento “esperado, se formos bem-sucedidos, é de corte”, sem, porém, definir o momento.
Já o presidente do BC, Gabriel Galípolo, reiterou em audiência no Senado que a instituição busca o centro da meta de inflação, de 3%, e não o limite superior de 4,5%, reforçando o compromisso com a convergência dos preços.
A combinação de expectativas de juros menores nos EUA e indícios de flexibilização monetária no Brasil sustentou a queda do dólar frente ao real ao longo do dia.