A rede de moda popular Torra inaugurou nesta sexta-feira (28), data da Black Friday, sua 90ª loja, instalada em um espaço de 600 m² na avenida Paulista, em São Paulo. O novo ponto de venda recebeu aporte de R$ 8 milhões e funciona no mesmo prédio da sede da companhia.
Fundada em 1992, em um imóvel de 60 m² no Brás, a empresa criada pelos irmãos Márcio, Mauro, Marcos e Maurício Ruiz está presente em 17 estados. Em 2024 alcançou faturamento de R$ 2,3 bilhões e, segundo a direção, deve encerrar 2025 com R$ 2,5 bilhões.
De acordo com o ranking Top 300 do Varejo Brasileiro, elaborado pelo Instituto Retail Think Tank (IRTT), a Torra somou vendas de R$ 2,297 bilhões em 86 lojas em 2024, superando a Zara, que registrou R$ 2,271 bilhões em 52 unidades no país.
Responsável pela área comercial, Márcio Ruiz afirma que a nova loja é estratégica para atrair um público variado que circula pela região, composta por turistas, executivos, estudantes e frequentadores de hospitais e centros culturais da Paulista.
A companhia trabalha com cerca de 600 confecções, concentradas em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Quase todo o portfólio é desenvolvido internamente, com exceção de peças de inverno mais pesadas, normalmente importadas. Artigos vindos do exterior representam aproximadamente 20% das vendas, sobretudo acessórios.
Em março, o Banco Central autorizou a criação de uma Sociedade de Crédito Direto (SCD) com capital inicial de R$ 3 milhões. A iniciativa permitirá à Torra oferecer empréstimos, seguros e outros serviços financeiros aos clientes a partir de 2026.
Imagem: redir.folha.com.br
O cartão private label da rede reúne 1,5 milhão de clientes ativos e responde por 35% do faturamento. Todas as sobras de caixa são reinvestidas na expansão, segundo a empresa, que pretende chegar a 200 lojas até 2031. Ainda hoje, a 91ª unidade será aberta em Mogi das Cruzes (SP), e outras cinco estão programadas para 2026.
A trajetória de crescimento foi marcada por incidentes. Em 2013, o desabamento de um prédio em São Mateus (zona leste da capital paulista) deixou dez mortos e 26 feridos durante obras para instalação de uma loja. Uma indenização de R$ 3,5 milhões foi paga às famílias das vítimas.
Outros eventos incluem incêndios na unidade da rua Direita, em 2011, e na Lapa, em 12 de outubro de 2025, além da morte de um técnico de elevador em Porto Alegre, em 16 de outubro de 2024. A empresa afirma adotar medidas de segurança adicionais após cada ocorrência.
A maior parte dos imóveis onde a rede opera é alugada; proprietários são responsáveis pela estrutura, enquanto a varejista cuida da manutenção preventiva, conforme previsto na legislação imobiliária.