FIIs assumem protagonismo e concentram 60% das negociações de imóveis comerciais no país

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Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) passaram de coadjuvantes a principais compradores de imóveis comerciais no Brasil em menos de uma década. Entre 2019 e 2024, eles responderam por mais de 60% das transações no segmento, de acordo com dados apresentados por Antônio Ferreira, country head da Hines Brasil, durante o XP Annual Meeting, realizado nesta quinta-feira (27).

Ferreira atribui a mudança ao ganho de escala da indústria, que vem atraindo novos cotistas, ampliando a liquidez e diversificando o portfólio de ativos. “Conforme o fundo cresce, o risco diminui e a captação fica mais simples”, afirmou. O executivo classifica o movimento como um ciclo virtuoso que alimenta o próprio avanço do setor.

Atratividade dos ativos e lacuna deixada por estrangeiros

O amadurecimento também alterou o comportamento do investidor, que passou a avaliar mais a qualidade do gestor e dos imóveis. Segundo Ferreira, os FIIs ocuparam espaço deixado por parte do capital internacional, hoje menos disposto a investir no país. Ele divide os estrangeiros em dois grupos: os que já conhecem o mercado local e continuam aplicando recursos, e aqueles que saíram ou nunca entraram, priorizando oportunidades nos Estados Unidos, Europa e Ásia.

Com a retração dessa segunda categoria, os fundos se tornaram os compradores naturais de grandes portfólios, o que facilita operações bilionárias sem necessidade de fracionar os ativos.

Impacto sobre incorporadoras e desenvolvedores

Para Thiago Muramatsu, CEO da SYN, a consolidação dos FIIs modificou também o papel das incorporadoras. “Há 20 anos, negociar R$ 100 milhões era difícil; hoje, R$ 1 bilhão é tratado com naturalidade”, observou. O executivo afirma que a indústria ganhou escala, previsibilidade e capacidade de absorver imóveis inteiros, aumentando a eficiência para quem desenvolve projetos.

Muramatsu destaca ainda que os fundos deixaram de ser apenas compradores e se tornaram parceiros em todo o ciclo imobiliário. Segundo ele, o mercado passou a contar com um investidor local robusto, capaz de levantar entre R$ 800 milhões e R$ 1,8 bilhão em uma única operação.

Com maior profissionalização, presença constante em transações de alto valor e capacidade de captação de grandes volumes, os FIIs consolidam-se como protagonistas do mercado imobiliário comercial brasileiro.

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