A proximidade entre a Black Friday e o pagamento da primeira parcela do 13º salário obriga o consumidor brasileiro a redobrar a atenção para não comprometer o orçamento familiar nem recorrer à reserva de emergência.
Especialistas em finanças pessoais recomendam evitar compras parceladas, sobretudo as que embutem juros, e dar preferência ao pagamento à vista. “O ideal é manter as despesas dentro do planejamento para que o início de 2026 não fique apertado”, orienta Fernanda Dorneles, fundadora da Giornata Educação Financeira.
Levantamento da Serasa Experian indica que 70% da renda mensal dos brasileiros já está comprometida. A combinação de juros elevados e desaceleração da atividade econômica faz economistas preverem uma Black Friday menos aquecida neste ano.
Ricardo Macedo, professor de administração da Unifacha, alerta que não é momento de estourar o orçamento. Ele lembra que o IBC-Br, prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou retração de 0,2% em setembro, resultado pior que o esperado. “O consumidor precisa adotar um comportamento mais cauteloso”, afirma. Segundo Macedo, empresários também demonstram incerteza em relação a contratações para o próximo ano eleitoral.
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Para quem deseja aproveitar a data de descontos, a orientação de Dorneles é priorizar itens semiduráveis, como ração para pets, produtos de higiene pessoal, suplementos, vitaminas e fraldas. Passagens aéreas e reservas de hotéis também podem valer a pena, desde que façam parte de um plano de viagem já definido.
Todos os especialistas consultados ressaltam que compras devem ter propósito claro e caber no orçamento atual. Parcelamentos extensos podem fazer o consumidor perder a noção dos gastos e comprometer meses seguintes. Manter o foco em produtos realmente necessários e pagar à vista, sempre que possível, são as principais estratégias para atravessar a Black Friday sem desequilíbrio financeiro.