O governo da Venezuela repudiou neste sábado a mensagem do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pediu para que o espaço aéreo venezuelano fosse considerado “totalmente fechado”. Autoridades do país qualificaram a fala como uma “ameaça colonialista” e disseram que ela fere a soberania nacional.
Em postagem na rede social Truth Social, Trump escreveu: “A todos os pilotos, companhias aéreas, traficantes de drogas e de pessoas, considere-se o ESPAÇO AÉREO ACIMA E AO REDOR DA VENEZUELA TOTALMENTE FECHADO”, sem fornecer detalhes adicionais.
A reação em Caracas veio rapidamente. O chanceler venezuelano afirmou que a declaração representa “mais uma agressão extravagante, ilegal e injustificada contra o povo venezuelano”, segundo a BBC News. O Ministério das Relações Exteriores também acusou o ex-presidente norte-americano de violar o direito internacional.
O posicionamento de Trump foi divulgado uma semana após a Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) alertar companhias aéreas sobre o “agravamento da situação de segurança” no espaço aéreo que cobre a região de informação de voo de Maiquetía, que abrange toda a Venezuela. O órgão recomendou cautela a todas as altitudes devido ao aumento da atividade militar e solicitou aviso prévio de 72 horas para operações na área.
Imagem: Brie Stimson FOXBusiness via foxbusiness.com
Após a advertência da FAA, algumas empresas internacionais suspenderam rotas que sobrevoam o país. A espanhola Iberia já havia cancelado indefinidamente seus voos para Caracas. Voos diretos de companhias norte-americanas para a Venezuela estão suspensos desde 2019, embora algumas rotas sul-americanas ainda utilizem o espaço aéreo venezuelano para sobrevoo.
Analistas lembram que Washington não possui autoridade legal para fechar o espaço aéreo de outra nação. Mesmo assim, a escalada de tensão coincide com a ampliação da presença militar dos EUA no Caribe para coibir o tráfico de drogas.