Alta do IOF sobre VGBL afasta investidores e impulsiona Tesouro Direto

Mercado Financeiroagora mesmo6 Visualizações

O aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aportes em VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) provocou recuo nas contribuições para planos de previdência privada em 2025 e redirecionou parte dos recursos para títulos públicos e aplicações protegidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Imposto de 5% desestimula grandes aportes

Em 11 de junho, o governo fixou alíquota de 5% de IOF sobre aportes superiores a R$ 300 mil por seguradora até 31 de dezembro de 2025. A partir de 2026, a cobrança valerá para investimentos acima de R$ 600 mil no ano – ou R$ 50 mil mensais – por CPF. A medida, validada pelo STF após contestação no Congresso, busca impedir que VGBLs sejam usados como alternativa aos fundos exclusivos dos super-ricos.

Queda nas contribuições

Levantamento da Susep revela que, de janeiro a agosto de 2025, as contribuições para VGBL somaram R$ 89,3 bilhões, retração real de 19,93% em relação ao mesmo período de 2024. No PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), a queda foi de 9,54%, com aportes de R$ 7,7 bilhões.

A Fenaprevi e a CNseg projetam redução de 19,4% nos aportes ao VGBL em 2025, de R$ 178,26 bilhões em 2024 para R$ 143,68 bilhões.

Impacto maior entre investidores de alta renda

Sandro Bonfim, da Brasilprev, afirma que a cobrança afeta principalmente clientes com patrimônio elevado, que costumavam concentrar grandes valores em um único aporte. Myrian Lund, da FGV, avalia que o IOF limita o uso da previdência privada como ferramenta de planejamento sucessório, pois quem pretende aplicar grandes quantias precisará fracionar os investimentos ao longo de vários anos.

Tesouro Direto ganha tração

No vácuo deixado pelo VGBL, títulos do Tesouro Direto, como o Renda+ e o Educa+, ganharam espaço. Entre junho e julho de 2025, as vendas do Renda+ saltaram de R$ 355 milhões para R$ 725 milhões, com participação passando de 6,2% para 10% das vendas mensais do programa. Em setembro, essa fatia chegou a 11,1%.

O Tesouro oferece oito papéis Renda+, indexados ao IPCA, com vencimentos entre 2030 e 2065 e aplicação mínima de R$ 1,82. O Educa+ conta com 17 títulos, com vencimentos de 2027 a 2043, voltados a despesas educacionais.

Alta do IOF sobre VGBL afasta investidores e impulsiona Tesouro Direto - Imagem do artigo original

Imagem: redir.folha.com.br

LCIs e LCAs também avançam

Analistas apontam que LCIs e LCAs, isentas de Imposto de Renda e cobertas pelo FGC até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, tornaram-se alternativas competitivas diante da nova tributação da previdência.

Selic de 15% favorece renda fixa

A manutenção da Selic em 15% ao ano pelo Copom reforça a atratividade de investimentos de renda fixa, incluindo fundos de previdência conservadores. Segundo Victor Bernardes, da SulAmérica, os juros elevados beneficiam os fundos atrelados à renda fixa, enquanto a expectativa de cortes a partir de 2026 pode impulsionar carteiras multimercado e de renda variável.

Economistas consultados pelo Boletim Focus projetam Selic de 12,25% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.

Resumo da mudança no IOF

Até 10 de junho de 2025: isenção de IOF.
De 11 de junho a 31 de dezembro de 2025: alíquota de 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil por seguradora.
A partir de 2026: alíquota de 5% sobre aportes anuais acima de R$ 600 mil – ou R$ 50 mil mensais –, por CPF.

0 Votes: 0 Upvotes, 0 Downvotes (0 Points)

Deixe um Comentário

Siga-nos!
Pesquisar tendência
Redação
carregamento

Entrar em 3 segundos...

Inscrever-se 3 segundos...

Todos os campos são obrigatórios.