Bolsa brasileira amplia opções para investir em criptoativos com ETFs, BDRs e contratos futuros

Mercado Financeiroontem13 Visualizações

O investidor brasileiro já consegue acessar uma variedade de produtos lastreados em criptoativos diretamente na B3, que vão de ETFs a contratos futuros, além de BDRs e ações de empresas com caixa em Bitcoin. O movimento acompanha a expansão de um mercado que, fora da bolsa, gira cerca de R$ 30 bilhões por mês em compras e vendas diretas de criptomoedas.

Oferta cresceu de forma constante desde 2021

O primeiro produto regulado de cripto na bolsa foi o ETF HASH11, lançado em abril de 2021. Desde então, a prateleira aumentou ano após ano e, apenas em 2025, foram incluídos 16 novos veículos, totalizando 35 itens listados. Desse total, 24 são ETFs com diferentes estratégias — de exposição pura a Bitcoin a cestas que combinam criptos com ouro.

Alguns desses fundos, como os de Solana e XRP, ainda não possuem equivalentes no mercado norte-americano, o que evidencia o protagonismo regulatório local. No fim de outubro, os ETFs somavam 400 mil cotistas e patrimônio de aproximadamente R$ 8 bilhões.

BDRs de fundos internacionais reforçam diversificação

A B3 conta com dois BDRs da série iShares — um para Bitcoin e outro para Ethereum — e mais seis BDRs de ETPs da gestora suíça 21Shares. O iShares Bitcoin Trust (IBIT), negociado na Nasdaq desde janeiro de 2024, é hoje o maior ETF de Bitcoin do mundo, com US$ 68 bilhões em ativos.

Contratos futuros ganham volume

O contrato futuro de Bitcoin estreou em abril de 2024. Só em outubro de 2025, o volume negociado ultrapassou R$ 110 bilhões. Em junho deste ano, chegaram os contratos de Ethereum e Solana; desde então, movimentaram aproximadamente R$ 17 bilhões e R$ 26 bilhões, respectivamente. O futuro de Solana chegou a registrar mais de R$ 1 bilhão em um único dia.

Empresas que compram Bitcoin também chegam à bolsa

A Méliuz (CASH3) tornou-se, no início de 2025, a primeira companhia listada na B3 a adotar Bitcoin como parte da tesouraria, inaugurando no país o conceito de Bitcoin Treasury Company. A fintech OranjeBTC (OBTC3) seguiu o mesmo caminho, dedicando 100 % do negócio à compra da criptomoeda. Na bolsa também estão disponíveis BDRs da norte-americana Strategy (M2ST34), que detém a maior posição corporativa em Bitcoin no mundo.

Horário estendido em 2026

Segundo Marcos Skistymas, diretor de Produtos da B3, o próximo passo é ampliar o pregão de cripto de 8h às 20h a partir do início de 2026, aproximando-se do funcionamento ininterrupto das exchanges internacionais.

Perfis de produtos e riscos

Para o planejador financeiro Gustavo Cunha, ETFs são a porta de entrada mais simples, pois dispensam custódia própria e carteiras digitais. BDRs oferecem exposição externa em reais, enquanto contratos futuros demandam maior conhecimento por envolverem alavancagem e ajustes diários. Já ações de empresas que mantêm Bitcoin no caixa proporcionam exposição indireta, mas podem sofrer caso precisem liquidar ativos em períodos de queda.

Desempenho recente do Bitcoin

Em novembro, o Bitcoin recuou 20 %, negociado perto de US$ 90 mil. Desde o recorde de US$ 124 mil no início de outubro, a queda é de 27 %. Mesmo assim, em três anos — desde o piso de US$ 15 mil em novembro de 2022 — o ganho acumulado alcança 500 %.

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