Secretário do Tesouro dos EUA diz que revogação de tarifas pelo Supremo seria prejuízo para a população

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou nesta quarta-feira, durante o DealBook Summit do The New York Times, em Nova York, que a anulação das tarifas impostas pelo governo Donald Trump com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA, na sigla em inglês) significaria “uma perda para o povo americano”.

As tarifas foram contestadas em tribunais federais, que decidiram contra a Casa Branca. O governo recorreu e o tema está agora na Suprema Corte. Bessent disse estar confiante em uma decisão favorável, mas alertou que, caso o tribunal mantenha as sentenças inferiores, o resultado prejudicará consumidores e a economia dos Estados Unidos.

Segundo o secretário, as medidas tarifárias foram decisivas para ampliar o poder de barganha do governo em negociações comerciais, incentivar a volta da produção industrial ao país e pressionar a China a cooperar no combate ao tráfico de fentanil. Ele comparou as tarifas a “um cubo de gelo que lentamente se derrete”, indicando que o objetivo final é reequilibrar o comércio e reforçar a fabricação doméstica.

Bessent também foi questionado sobre a declaração do ex-presidente Trump de que a arrecadação tarifária poderia viabilizar reduções significativas no imposto de renda. O secretário respondeu que qualquer movimento nessa direção dependerá do desfecho no Supremo.

Empresas importadoras acompanham o processo de perto. A rede varejista Costco entrou com ação no Tribunal de Comércio Internacional para reaver valores pagos, alegando que a IEEPA não autoriza o presidente a instituir ou elevar tarifas. A companhia cita 15 de dezembro como data-limite para a liquidação de suas importações, ponto a partir do qual as cobranças se tornam definitivas, o que pode dificultar contestações futuras.

Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Bessent comentou o pedido da varejista ao afirmar que, em muitos casos, fornecedores estrangeiros reduziram preços para compensar as tarifas, o que, segundo ele, deve ser considerado em eventuais reembolsos.

A Suprema Corte ainda não definiu quando divulgará a decisão sobre o caso.