Serrarias dos EUA alertam para fechamento acelerado diante de tarifas e baixa demanda

Dificuldades e desafios17 horas atrás9 Visualizações

Washington, — A indústria madeireira norte-americana enfrenta uma onda de encerramentos: pelo menos uma serraria está fechando as portas por semana, segundo estimativa da Hardwood Federation. A National Hardwood Lumber Association (NHLA) calcula que mais de 4% das serrarias dos Estados Unidos já foram perdidas por fechamento ou consolidação.

Pressão das tarifas

Os empresários atribuem a crise às disputas comerciais iniciadas em 2018, quando a China e outros países reagiram às tarifas impostas pelo então presidente Donald Trump. Na época, a madeira dura norte-americana era o segundo produto mais exportado para o mercado chinês; após as retaliações, os exportadores perderam cerca de metade da participação para concorrentes da Rússia, Tailândia e Malásia.

Em setembro, o governo norte-americano elevou novamente as barreiras, aplicando tarifa de 10% sobre madeira e de 25% sobre móveis e armários. Duas semanas depois, mais de 450 serrarias assinaram carta à Casa Branca e ao Departamento de Agricultura pedindo alívio.

Impacto nos negócios

No Tennessee, a Evans Lumber Co., em Manchester, suspendeu as operações na semana do feriado de Ação de Graças por falta de pedidos. “Está mortalmente silencioso”, disse o proprietário Johnny Evans, que aproveitou a pausa para fazer reparos, mas sem gerar receita.

Evans relata que clientes estrangeiros, como compradores vietnamitas, condicionam novas compras ao aumento das importações norte-americanas de seus produtos. “Nossas vendas caíram, os preços da madeira despencaram e as despesas dobraram”, afirmou.

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Imagem: Asher Redd FOXBusiness via foxbusiness.com

De acordo com a NHLA, as tarifas de retaliação continuam “voláteis”, comprimindo margens, mudando polos de produção e alterando cadeias de suprimento na Ásia, Europa e Américas. Durante a disputa comercial de 2017, as exportações caíram de 20% a 25%, lembra o diretor-executivo da entidade, Dallin Brooks, que considera o cenário atual ainda mais grave.

Concorrência de materiais sintéticos

Além das barreiras comerciais, o setor sofre com a preferência de consumidores por alternativas mais baratas, como pisos de vinil que imitam madeira e são vendidos como “luxo”. Claire Getty, cujo grupo familiar mantém uma serraria em Huntland, Tennessee, afirma que grandes redes oferecem mais de 200 opções de vinil madeirado contra apenas quatro ou cinco de madeira maciça. “Acredito que o público ainda queira madeira, mas ela não está disponível”, disse.

Mobilização em Washington

Com margens comprimidas e mercados externos reduzidos, proprietários de serrarias programam viagem anual a Washington, D.C., no início do próximo ano, para solicitar apoio direto do Congresso e do governo federal.

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