Coreia do Sul quer responsabilizar exchanges de criptomoedas como bancos após ataque à Upbit, diz jornal

Criptomedas2 dias atrás15 Visualizações

A Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul (FSC, na sigla em inglês) está avaliando impor às corretoras de criptoativos regras de responsabilidade idênticas às aplicadas a bancos, obrigando essas plataformas a indenizar clientes por perdas provocadas por invasões ou falhas de sistema mesmo quando não houver culpa direta da empresa. A informação foi divulgada neste domingo (3) pelo jornal The Korea Times, que citou autoridades e analistas locais.

Regra de “responsabilidade sem culpa”

O modelo em análise replica o mecanismo já previsto na Lei de Transações Financeiras Eletrônicas, que hoje vale apenas para bancos e empresas de pagamentos eletrônicos. Caso a mudança seja aprovada, exchanges deverão cobrir integralmente eventuais prejuízos de usuários em cenários de ataques cibernéticos ou interrupções de serviço, independentemente de haver falha interna comprovada.

Motivação: ataque de 27 de novembro

A iniciativa ganhou força após o incidente registrado em 27 de novembro na Upbit, plataforma administrada pela Dunamu. Nessa data, mais de 104 bilhões de tokens baseados em Solana — avaliados em cerca de 44,5 bilhões de won (US$ 30,1 milhões) — foram transferidos para carteiras externas em menos de uma hora.

Falhas recorrentes e perdas bilionárias

Dados encaminhados pela Supervisão Financeira (FSS) ao Parlamento indicam que as cinco maiores exchanges do país — Upbit, Bithumb, Coinone, Korbit e Gopax — registraram 20 falhas de sistema desde 2023. Os problemas afetaram mais de 900 usuários e geraram perdas superiores a 5 bilhões de won. Só a Upbit contabilizou seis eventos desse tipo, atingindo 600 clientes.

Multas podem chegar a 3% da receita anual

O projeto de revisão legislativa também prevê requisitos de segurança de TI mais rigorosos, padrões operacionais elevados e sanções mais duras. Parlamentares discutem autorização para aplicar multas de até 3% da receita anual da corretora em caso de invasão, o mesmo teto usado para instituições bancárias. Hoje, a punição máxima para exchanges é de US$ 3,4 milhões.

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Imagem: cointelegraph.com

Pressão política por atraso na notificação

O ataque à Upbit chamou a atenção de congressistas devido ao intervalo entre a detecção do problema, pouco depois das 5h, e a comunicação à FSS, ocorrida quase às 11h. Alguns legisladores sugerem que a demora tenha sido proposital, ocorrendo minutos após a Dunamu concluir fusão com a Naver Financial.

Debate sobre stablecoins avança

Paralelamente, deputados cobram que reguladores entreguem até 10 de dezembro um projeto de lei específico para stablecoins. Caso o prazo não seja cumprido, o Legislativo ameaça tocar a proposta sem apoio do Executivo, com expectativa de debate na sessão extraordinária da Assembleia Nacional em janeiro de 2026.

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