Jamie Dimon diz que IA não deverá cortar empregos de forma expressiva no próximo ano

NOVA YORK, 3 de dezembro de 2023 — O presidente e CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou neste domingo que a inteligência artificial (IA) não deve reduzir o número de postos de trabalho de maneira significativa nos próximos 12 meses, desde que haja regulamentação adequada.

A declaração foi feita durante entrevista ao programa “Sunday Morning Futures”, da Fox News. Questionado sobre como os norte-americanos devem se preparar para a “nova revolução” provocada pela IA, Dimon enfatizou que a fragilidade de empregos e salários já vinha sendo observada antes da popularização dessa tecnologia.

“Se o governo estabelecer parâmetros claros, a IA trará benefícios comparáveis aos do surgimento de tratores, fertilizantes ou vacinas”, afirmou o executivo. Ele reconheceu riscos associados ao mau uso da ferramenta, mas defendeu que a criação de normas específicas pode evitar impactos negativos mais amplos.

Conselhos aos trabalhadores

Para quem teme perder espaço no mercado de trabalho, Dimon recomendou investir em pensamento crítico, habilidades de comunicação e inteligência emocional. Segundo ele, competências especializadas — como as envolvidas em obras de infraestrutura — continuarão em alta, sobretudo porque a expansão da IA exigirá novos projetos de construção.

O banqueiro também mencionou alternativas caso a adoção da tecnologia ocorra mais rápido que a capacidade de adaptação dos profissionais. Entre as possibilidades, citou programas de requalificação, realocação, auxílio financeiro temporário e até aposentadoria antecipada.

Imagem: Marc Tamasco FOXBusiness via foxbusiness.com

Possível aumento de vagas

Dimon observou ainda que, no curto prazo, a IA pode gerar mais oportunidades de trabalho do que eliminar, ao estimular áreas que apoiam sua implementação. Caso o setor público e as grandes corporações não consigam, de início, conciliar inovação e proteção social, o executivo defende a adoção de um cronograma que introduza a tecnologia gradualmente, evitando prejuízos significativos aos trabalhadores.

Apesar das preocupações, o CEO do JPMorgan reforçou o caráter transformador da IA e destacou que, historicamente, avanços tecnológicos tendem a criar novas profissões e aumentar a produtividade.