A CTF (Chow Tai Fook), controladora asiática da rede de hotéis de luxo Rosewood, marcou para esta quarta-feira (10) uma assembleia geral de acionistas com a intenção de deliberar sobre o início de uma ação de responsabilidade civil contra o empresário francês Alexandre Allard, sócio minoritário do Rosewood São Paulo.
De acordo com o edital de convocação, a reunião também deverá tratar da eleição ou recondução de integrantes do conselho de administração, da revisão da aprovação das demonstrações financeiras de 2022 e 2023 e da autorização para que a diretoria execute as decisões que vierem a ser tomadas.
O hotel, único classificado como seis estrelas no país, está sob a gestão da BME (BM Empreendimentos), sociedade formada por Allard e pela CTF. A defesa do empresário foi procurada, mas não se manifestou.
A relação entre os dois sócios tem sido marcada por litígios. Allard acusa a CTF de tentar reduzir sua participação na BME. Em assembleias anteriores, a fatia do francês passou de 40% para 35% em 2024 e, mais recentemente, caiu para 20% em setembro.
Na mesma reunião que aprovou a última diluição, os acionistas autorizaram a BME a cobrar de Allard cerca de R$ 2 milhões referentes a despesas pessoais no Rosewood, onde ele ocupa um triplex cuja diária chega a R$ 250 mil.
Imagem: Guerlain via redir.folha.com.br
Na semana passada, a agência Bloomberg informou que a CTF estaria avaliando a venda de algumas unidades da rede Rosewood por dificuldades financeiras. Uma fonte próxima à disputa acionária afirmou que o hotel paulistano poderia estar na lista e que a assembleia desta quarta seria usada para reduzir ainda mais a participação de Allard, facilitando uma eventual alienação da propriedade.
Em nota, o Rosewood São Paulo negou qualquer negociação. “O hotel segue operando normalmente, sem alteração em suas atividades, gestão ou planos de longo prazo. Não há processo de venda envolvendo o Rosewood São Paulo”, informou o comunicado.
Em meio a esse cenário, a assembleia desta quarta-feira tende a ser mais um capítulo da disputa societária pelo controle do empreendimento instalado no complexo Cidade Matarazzo, no bairro da Bela Vista, região central da capital paulista.