Charles Edwards, fundador do fundo quantitativo de criptoativos Capriole, afirmou que o preço do Bitcoin (BTC) pode recuar para menos de US$ 50 mil caso a rede não adote mecanismos de proteção contra a computação quântica até 2028.
Em publicação na plataforma X na quarta-feira (13), o executivo classificou a questão como urgente e disse acreditar que o mercado só mudará de postura após um forte movimento de baixa.
Embora parte da indústria considere a computação quântica viável somente nas próximas décadas, Edwards defende que ela chegará antes e colocará o Bitcoin “no topo da lista” de possíveis alvos. Segundo ele, instituições financeiras tradicionais já migraram ou estão migrando para sistemas de criptografia pós-quântica, enquanto transações fraudulentas em bancos podem ser revertidas, o que não ocorre na blockchain.
“Se não implementarmos uma correção até 2028, espero o BTC abaixo de US$ 50 mil, com queda contínua até que a falha seja resolvida”, escreveu. O fundador da Capriole acrescentou que a atualização da rede precisaria começar em 2026 para evitar esse cenário e comparou o potencial impacto negativo a um período de mercado de baixa “muito pior que o caso FTX”.
Críticos consideram o alerta exagerado, argumentando que alvos mais tradicionais, como sistemas bancários, seriam comprometidos primeiro. Já Edwards sustenta que esses mesmos bancos contam com a possibilidade de bloquear ou desfazer operações suspeitas, algo impossível na rede Bitcoin sem mudanças de protocolo.
Imagem: cointelegraph.com
Outros nomes do setor se manifestaram recentemente sobre o tema. O analista Willy Woo sugeriu, em outubro, que usuários mantenham seus BTC em carteiras SegWit pelos próximos sete anos como medida preventiva. Em julho, o cofundador da MicroStrategy, Michael Saylor, minimizou a preocupação, classificando o debate como estratégia de marketing para vender “tokens com selo quântico”.
A discussão sobre o prazo e a urgência da adoção de criptografia resistente à computação quântica segue dividindo especialistas, mas Edwards reforça que, na sua visão, a rede precisa agir “no próximo ano” para evitar o que chama de “maior mercado de baixa da história do Bitcoin”.