Os fundos multimercados encerraram 2025 com rentabilidades expressivas, alcançando até 45% de retorno, apesar de registrarem resgates líquidos de R$ 61,7 bilhões até novembro, o quarto ano seguido de saídas.
Levantamento da Economática, compilado pelo InfoMoney, indica que, entre os veículos com patrimônio superior a R$ 500 milhões, 30 apresentaram valorização acima de 20% no ano até 10 de dezembro. O destaque foi o SPX Hornet Equity Hedge Master, com ganho de 45,03% e volatilidade anual de 7,67%.
Confira os 15 fundos de maior retorno entre aqueles com mais de R$ 500 milhões sob gestão:
Entre os 15 fundos com maior volume de recursos, as rentabilidades foram mais modestas, muitas vezes abaixo do CDI. O Salus Fundo de Investimento, da Lume Investimentos, liderou o grupo com 10,60% de retorno e volatilidade de 4,14%.
Analistas apontam que a combinação de incertezas eleitorais no Brasil e os movimentos de juros nos Estados Unidos deve manter a volatilidade elevada em 2026. Para Rafael Rafi Figueiredo, estrategista da XP Investimentos, o ambiente turbulento pode gerar oportunidades para gestores que operam com agilidade.
Antônio Sanches, analista da Rico Investimentos, avalia que a queda gradual da Selic tende a estimular a captação em produtos de maior risco, como multimercados e fundos de ações, reforçando a importância da diversificação.
Imagem: infomoney.com.br
Guilherme Zaczac, responsável por Alternativos Líquidos no UBS Global Wealth Management, destaca a performance de Bruno Coutinho (Mar Investimentos), cujos fundos renderam entre 23% e 27% até novembro, e de Bruno Cordeiro (Kapitalo), que entregou aproximadamente 20% no K10.
A SPX, embora tenha tido desafios nos fundos macro Raptor e Nimithz, brilhou com o Equity Hedge. Já o tradicional Verde, de Luís Stuhlberger, somou três pontos percentuais acima do CDI em 36 meses, sem registrar mês negativo até novembro.
Gestoras comandadas por ex-diretores do Banco Central também chamaram atenção. O Ibiúna Hedge, de Rodrigo Azevedo e Mário Torós, reagiu no segundo semestre, enquanto o Itaú Janeiro, liderado por Bruno Serra, ex-BC, entregou retorno próximo de 20% no ano, com baixa volatilidade.
Para Mário Schalch, sócio da Neo Investimentos, a redução dos juros deve diminuir a atratividade relativa dos títulos de crédito isentos de imposto, favorecendo o fluxo para multimercados. Após encolher quase dois terços em dois anos, o setor vê 2026 como chance de recuperação, impulsionado pelos bons resultados de 2025 e pela busca de diversificação em um ambiente potencialmente mais volátil.