A secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Tatiana Prazeres, afirmou que as negociações para o tratado de livre-comércio entre Mercosul e União Europeia entraram na fase decisiva e que a assinatura “nunca esteve tão perto”. A declaração foi publicada neste fim de semana em seu perfil no LinkedIn.
Prazeres reconheceu que o objetivo inicial de concluir o acordo durante a Cúpula do Mercosul, realizada no fim de semana, não se concretizou. Segundo ela, porém, o processo “não é uma corrida de 100 metros, e sim uma maratona”, e o bloco sul-americano permanece engajado.
Em sua mensagem, a secretária destacou que, enquanto o entendimento com a União Europeia não é finalizado, o Mercosul avançou em outros fronts: fechou acordos com Singapura e com países da EFTA, além de ter progredido em tratativas com Emirados Árabes Unidos, Índia, Vietnã, Indonésia, Japão, Panamá e Equador.
A conclusão das negociações esbarra na resistência de alguns membros europeus, como França e Itália, que pedem garantias adicionais para proteger seus agricultores. Na última semana, produtores rurais protestaram em Bruxelas, exigindo salvaguardas antes da ratificação.
Durante a Cúpula do Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ter recebido uma carta de lideranças do bloco europeu solicitando a assinatura do tratado em janeiro. Lula cobrou “vontade política e coragem” da União Europeia para concretizar o pacto.
Imagem: Ricardo Stuckert via valorinveste.globo.com
Prazeres classificou o entendimento como uma oportunidade “ganha-ganha” e ressaltou sua importância econômica, lembrando que os países envolvidos somam um PIB de US$ 22 trilhões. “Nunca estivemos tão próximos”, concluiu.
Ao fim da cúpula, a presidência pro tempore do Mercosul passou do Brasil para o Paraguai, que agora conduzirá a agenda do bloco.