O mercado de criptomoedas pode não repetir o tradicional rali de altcoins em 2026. A avaliação é de Jeff Ko, principal analista da CoinEx Research, que acredita que a liquidez se concentrará apenas nos criptoativos considerados “blue chips”, aqueles com maior adoção e histórico de resiliência.
“Prevemos a ausência de uma altseason clássica; o dinheiro buscará exclusivamente os sobreviventes de primeira linha”, disse Ko ao Cointelegraph. Segundo o especialista, investidores de varejo que aguardam uma valorização generalizada devem ficar desapontados.
Ko estima ventos favoráveis modestos para a liquidez global em 2026, mas observa que políticas monetárias divergentes entre bancos centrais podem limitar esse movimento. O analista também apontou que a correlação histórica do Bitcoin com o crescimento da oferta global de moeda (M2) enfraqueceu após o lançamento dos ETFs em 2024.
No cenário-base da CoinEx Research, o Bitcoin pode alcançar US$ 180.000 em 2026.
Nem todos concordam com a leitura otimista. O veterano trader de futuros Peter Brandt prevê um mercado baixista prolongado. Em 15 anos, o Bitcoin passou por cinco avanços parabólicos em escala logarítmica seguidos de correções de pelo menos 80%, e Brandt acredita que o ciclo atual ainda não terminou.
Questionado sobre o próximo fundo, o analista projeta o topo do próximo mercado de alta para setembro de 2029. A previsão coincide com a teoria do ciclo de quatro anos, na qual o pico ocorre cerca de um ano após o halving, previsto para abril de 2028. Caso se repita uma queda de 80% antes da retomada, o preço do BTC poderia recuar até US$ 25.000.
Imagem: cointelegraph.com
Historicamente, o quarto trimestre costuma ser um dos mais fortes para o Bitcoin: oito dos últimos 12 apresentaram os maiores ganhos trimestrais, de acordo com dados da Coinglass. Mesmo assim, a criptomoeda acumula queda superior a 22% no trimestre atual, o segundo pior desempenho para o período.
Para a newsletter de investimentos Macro Milk Road, a forte correção indica que o mercado “expurgou” posições fracas, o que costuma criar condições mais favoráveis para a construção de força no futuro.
Até o momento, o Bitcoin é negociado ao redor de US$ 88.000, cerca de 30% abaixo do recorde histórico alcançado em outubro.