O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos avançou pouco mais de 2% nos três primeiros trimestres de 2025, mantendo trajetória semelhante à alta de 2,8% registrada em 2024 e afastando, por ora, o risco de recessão previsto no início do ano.
Apesar do desempenho econômico, pesquisas compiladas pelo Silver Bulletin apontam que 62,5% dos norte-americanos desaprovam a forma como o presidente Donald Trump lida com a inflação. No geral, a gestão é reprovada por 54,5% da população, enquanto 41,9% aprovam. No dia da posse, em janeiro, os índices eram de 51,6% de aprovação e 40% de desaprovação.
Dados oficiais indicam leve aumento da taxa de desemprego, atualmente em 4,6%, e criação de vagas em ritmo considerado muito baixo. O Federal Reserve (Fed) avalia que as estatísticas de emprego podem estar superestimadas devido a problemas técnicos, admitindo a possibilidade de redução no número total de postos de trabalho.
A inflação elevada segue como principal preocupação, especialmente para a metade mais pobre da população, que depende de crédito. O índice de confiança do consumidor medido pelo Conference Board está no menor patamar em cinco anos.
Em relatório recente, o Fed projeta crescimento de 2,3% para o PIB em 2026, acima dos 1,7% estimados para 2025. A taxa de desemprego deve recuar para 4,4%, e a inflação medida pelo índice de gastos com consumo (PCE) pode cair de 2,9% para 2,4% no mesmo período.
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Os indicadores econômicos devem influenciar as eleições legislativas marcadas para o fim de 2026, quando republicanos correm o risco de perder a maioria no Congresso. Internamente, há divergências entre técnicos ligados à direita e grupos de apoio ao presidente: think tanks liberais criticam intervenções na economia, enquanto parte da base do movimento Maga demonstra insatisfação com o que considera moderação nas políticas de Trump.
Com o crescimento sustentado, mas inflação e emprego em foco, a popularidade do presidente continua em queda a menos de dois anos da disputa eleitoral.