As Filipinas irão consumir 6,75 milhões de sacas de café na safra 2025/26, superando o Japão pela primeira vez e ocupando a quarta posição no ranking mundial de demanda pelo produto, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A liderança no consumo permanece com a União Europeia, com 41,9 milhões de sacas, seguida pelos Estados Unidos (26,55 milhões) e pelo Brasil (22,3 milhões). A China, que vinha registrando crescimento contínuo, apresentará recuo no período.
A oferta mundial deverá alcançar o patamar inédito de 178,8 milhões de sacas em 2025/26, 3,5 milhões a mais que na temporada anterior. Mesmo assim, os estoques finais recuarão pelo quinto ciclo consecutivo, para 20,1 milhões de sacas, mantendo a pressão sobre os preços.
Em junho, a previsão apontava estoques de 22,8 milhões de sacas para o fim do ciclo. Caso o volume mais recente se confirme, haverá redução de 11,8 milhões de sacas em relação a 2021/22. Na União Europeia, o inventário caiu de 14 milhões para 7,8 milhões de sacas no mesmo intervalo.
Vietnã – Segundo maior produtor mundial, o país deve colher 30,8 milhões de sacas, 95% de café robusta. A melhora na produtividade permite exportações de 24,6 milhões de sacas, 2,3 milhões acima da safra anterior.
Brasil – Líder global, o país deve entregar 63 milhões de sacas, 2 milhões a menos que no ciclo anterior. A produção de arábica cai para 38 milhões de sacas (-6 milhões), enquanto a de robusta sobe para o recorde de 25 milhões (+4 milhões). Estimativa da Conab para 2025 indica 35,2 milhões de sacas de arábica e 20,1 milhões de robusta.
Colômbia – Terceiro maior produtor, enfrentará queda de 1 milhão de sacas, totalizando 13,8 milhões, devido ao excesso de chuvas.
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O USDA também revisou para baixo a produção global de 2024/25, agora estimada em 173,3 milhões de sacas, 900 mil a menos do que o cálculo anterior.
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar as tarifas sobre café e carne bovina do Brasil está relacionada ao aumento de preços para os consumidores norte-americanos. Alguns cortes de carne ficaram 16% mais caros em doze meses, enquanto o café solúvel subiu 24%. O Brasil é o maior fornecedor de ambos os produtos ao mercado dos EUA.
Francisco Beduschi, da National Wildlife Federation (NWF), defende novos modelos de crédito para restaurar áreas degradadas e ampliar a sustentabilidade da pecuária brasileira. O custo médio de recuperação é estimado em R$ 10 mil por hectare. No Cerrado existem 38,6 milhões de hectares degradados, e na Amazônia, 26,7 milhões, somando investimentos potenciais superiores a R$ 650 bilhões.
Segundo Beduschi, linhas de financiamento com critérios de sustentabilidade, mercado de carbono e a junção de capital público, privado e filantrópico podem beneficiar produtores e investidores, além de acelerar a adoção de práticas regenerativas.