Goldman Sachs prevê aceleração do PIB dos EUA em 2026, mesmo com mercado de trabalho sem reação

Dificuldades e desafios13 horas atrás12 Visualizações

NOVA YORK – A economia dos Estados Unidos deve ganhar fôlego em 2026, com avanço de 2,6% no Produto Interno Bruto (PIB) real, segundo projeção divulgada por economistas do Goldman Sachs liderados por Jan Hatzius. O ritmo esperado supera a estimativa de 2% do consenso Bloomberg, mas não deve se refletir em melhora expressiva do mercado de trabalho.

Por que o crescimento deve acelerar

O relatório do banco aponta três fatores principais para a alta:

1. Menor impacto dos tarifas: o aumento de 11 pontos percentuais na tarifa média efetiva sobre importações retirou 0,6 ponto do PIB na segunda metade de 2025. Com a expectativa de estabilidade dessas tarifas, o efeito negativo tende a desaparecer ao longo de 2026.

2. Cortes de impostos do One Big Beautiful Bill Act (OBBBA): o pacote deverá gerar cerca de US$ 100 bilhões em restituições aos consumidores no primeiro semestre, valor equivalente a 0,4% da renda disponível anual. A medida também permite dedução integral de investimentos em máquinas e equipamentos, impulsionando os indicadores de gastos de capital.

3. Condições financeiras mais favoráveis: cortes de juros pelo Federal Reserve, desregulamentação e avanços em inteligência artificial devem aliviar o custo de financiamento e estimular a atividade.

PIB de 2025 ficou aquém do previsto

Em 2025, o crescimento estimado em 2,1% ficou 0,4 ponto abaixo da projeção original do Goldman Sachs, em razão das tarifas superiores às esperadas. Apesar disso, o banco avalia que os ventos favoráveis prevaleceram sobre esse obstáculo.

Goldman Sachs prevê aceleração do PIB dos EUA em 2026, mesmo com mercado de trabalho sem reação - Imagem do artigo original

Imagem: Eric Revell FOXBusiness via foxbusiness.com

Mercado de trabalho continua fraco

A instituição não prevê recuperação significativa do emprego. A taxa de desemprego, que subiu de 4,1% em junho para 4,6% em novembro de 2025, deve estabilizar em torno de 4,5% em 2026. Segundo o relatório, o indicador pode até aumentar se a adoção de aplicações de IA acelerar a produtividade ou se as empresas intensificarem cortes de custos.

Inflação tende a ceder

O Goldman Sachs estima que a inflação de despesas de consumo pessoal (core PCE) ficou em 2,8% em 2025, pressionada pelo repasse de tarifas. Sem esse fator, a taxa teria caído para 2,3%. O banco projeta que o impacto tarifário suba levemente, de 0,5 para 0,8 ponto percentual até meados de 2026, mas perca força no segundo semestre, permitindo que o núcleo da inflação recue para pouco acima de 2% no fim do ano.

Combinados, os efeitos menores das tarifas, os incentivos fiscais e as condições financeiras mais suaves formam o cenário de expansão mais rápida do PIB dos EUA em 2026, mesmo sem avanço relevante na geração de empregos.

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