São Paulo – A taxação de 50% sobre produtos brasileiros que o ex-presidente Donald Trump pretende adotar a partir de agosto tende a ter reflexo limitado sobre a atividade econômica nacional e, ao mesmo tempo, contribuir para conter a inflação. A avaliação é de Felipe Guerra, sócio-fundador da gestora Legacy Capital, em painel realizado nesta quarta-feira (data do evento) na Expert XP.
Guerra afirmou esperar que Washington leve adiante a medida, classificada por ele como “questão política”, diante da ausência de diálogo entre os dois governos. “O impacto no Produto Interno Bruto existe, mas é pequeno; para a inflação, o efeito é benéfico, embora igualmente marginal”, ressaltou.
Para o executivo, mesmo com o custo adicional nas exportações brasileiras, o cenário abre espaço para ajustes na carteira de investimentos internacionais. “Quando Trump força a mão e coloca ativos norte-americanos em risco, costuma voltar atrás. Esse comportamento gerou diversas oportunidades durante seu mandato”, observou.
No mesmo debate, Luis Stuhlberger, CEO e CIO da Verde Asset Management, lembrou que as tarifas nos Estados Unidos surgem em um momento de desaceleração dos preços de serviços e aluguéis, além de salários ainda acima da meta, mas também perdendo fôlego. Esse quadro, segundo ele, favorece cortes de juros em 2025. “Com taxas menores e estímulo fiscal, cresce o lucro das companhias, o que é positivo para a Bolsa. As ações de tecnologia continuam muito fortes”, disse.
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Stuhlberger também rebateu a ideia de que o “excepcionalismo americano” chegou ao fim. “Talvez o do governo tenha acabado, mas o das empresas, não”, concluiu.
Com informações de InfoMoney