Os fundos de investimento que adotam critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) ganharam terreno no mercado brasileiro em 2025. De janeiro a maio, esses veículos registraram entrada líquida de R$ 6,22 bilhões e elevaram o patrimônio sob gestão em 28%, chegando a R$ 34 bilhões, segundo levantamento do Itaú BBA.
A expansão contrasta com o cenário observado fora do país. Dados da Morningstar apontam que, no primeiro trimestre, fundos ESG tiveram resgates de US$ 6,1 bilhões nos Estados Unidos e de US$ 1,2 bilhão na Europa. Em 2024, porém, o continente europeu havia liderado o segmento, com captação líquida de US$ 20,1 bilhões.
O estudo do Itaú BBA considerou 193 fundos brasileiros alinhados a diretrizes ESG, excluindo veículos de private equity, REITs e outros específicos. Até 2022, as carteiras de ações respondiam por mais de 90% do volume alocado. Hoje, essa participação recuou para 17%, enquanto a renda fixa passou a concentrar 78% do total e os multimercados, 6%.
Mesmo com o Ibovespa em alta de 14,7% e o Índice de Sustentabilidade da B3 (ISE) avançando 22,5% em 2025, os fundos ESG de ações encolheram 12% no ano, perdendo R$ 1 bilhão em recursos. Já as carteiras de renda fixa cresceram 48% e somaram R$ 26,4 bilhões, impulsionadas pela taxa Selic, no maior nível desde 2006.
Dos recursos aplicados em estratégias ESG, 76% estão em fundos classificados como de Investimento Sustentável (IS), que exigem divulgação detalhada dos critérios usados. A triagem negativa é a abordagem mais adotada: mais de 90% dos fundos evitam setores de armas, carvão e tabaco, e mais de 80% excluem companhias envolvidas em corrupção, trabalho infantil ou forçado e jogos de azar.
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Outros métodos incluem rating interno (58%), seleção de líderes ESG em cada setor (40%), triagem positiva (13%) e rating externo (9%). Como os gestores combinam diferentes técnicas, a soma dos percentuais ultrapassa 100%.
Entre os indicadores monitorados, questões ambientais aparecem em 57% do patrimônio dos fundos IS, seguidas por governança (44%) e social (43%). No critério ambiental, a mudança climática é acompanhada por 41% dos fundos. Em governança, transparência e remuneração de executivos são citadas por 31% cada. No pilar social, engajamento, diversidade e inclusão são monitorados por 41% dos gestores.
Com informações de NeoFeed