O Palácio do Planalto estuda como responder ao aumento generalizado de tarifas anunciado esta semana pelo governo de Donald Trump, segundo a coluna de Vinicius Torres Freire, publicada nesta quarta-feira (data da coluna: julho de 2025). O jornalista afirma que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia até a possibilidade de ligar para o líder norte-americano na tentativa de conter novos desgastes nas relações bilaterais.
De acordo com a análise, interlocutores brasileiros — diplomatas, empresários e senadores — ouviram de representantes dos Estados Unidos que Washington busca maior alinhamento de Brasília em temas como relações com a China, participação no Brics e eventuais punições a envolvidos em atos antidemocráticos.
A coluna lembra que as exportações norte-americanas para o Brasil correspondem a cerca de um oitavo do volume vendido à União Europeia. Mesmo assim, Trump impôs ao bloco europeu uma tarifa mínima de aproximadamente 15% e obteve concessões comerciais, como acesso ampliado para produtos dos EUA. O texto questiona por que o republicano aceitaria condições mais brandas em relação ao mercado brasileiro.
Entre os setores nacionais potencialmente afetados estão aeronaves, café e suco de laranja, citados como alvos frequentes de lobby em Washington. Há ainda o receio de que exigências avancem para áreas regulatórias internas, incluindo mineração ou sistemas de pagamento, aponta o colunista.
Além das tarifas, Torres Freire menciona a possibilidade de sanções a autoridades, empresas e transações financeiras no Brasil, caso o clima político entre os dois países se deteriore. Ele também destaca a chance de interferência norte-americana nas eleições brasileiras e a preocupação com o fornecimento de fertilizantes, caso novos embargos atinjam a Rússia.
Imagem: atuação no exterior via redir.folha.com.br
O jornalista defende que o governo elabore um plano diplomático de curto prazo e avalie ajustes na política econômica para lidar com eventual desaceleração provocada pelas medidas de Washington. Segundo o texto, esse planejamento incluiria diálogo mais intenso com China, América Latina e Europa, além de estratégias para isolar grupos políticos nacionais alinhados ao trumpismo.
Com informações de Folha de S.Paulo