São Paulo, 9 jul. 2025 – A empresa de cibersegurança Check Point Research alertou que cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo podem ter sido expostas a anúncios on-line que promovem aplicativos de criptomoedas falsos e infectados por malware.
De acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira (9), a campanha, batizada de JSCEAL, está em atividade desde pelo menos março de 2024 e evoluiu ao longo do tempo. Os criminosos utilizam anúncios patrocinados para induzir usuários a instalar versões fraudulentas de quase 50 aplicativos populares de negociação de criptoativos, entre eles Binance, MetaMask e Kraken.
Ferramentas de publicidade da Meta revelaram que 35 mil anúncios suspeitos circularam no primeiro semestre de 2025, gerando “alguns milhões” de visualizações apenas na União Europeia. A Check Point estima que, no bloco europeu, ao menos 3,5 milhões de pessoas tenham sido expostas à fraude. Como a operação também imita instituições financeiras asiáticas — onde o número de usuários de redes sociais é maior —, o alcance global pode superar 10 milhões de pessoas.
Segundo a Check Point, a variante mais recente do malware emprega métodos de evasão inéditos, resultando em taxas de detecção extremamente baixas. Quando a vítima clica no anúncio, é direcionada a um site que parece legítimo, de onde baixa o software malicioso. O site do atacante e o instalador do programa operam simultaneamente, o que complica a análise e a identificação isolada da ameaça.
O aplicativo falsificado abre uma interface que remete ao site real do serviço supostamente instalado, enquanto, em segundo plano, coleta dados sensíveis — principalmente informações ligadas a criptoativos.
Desenvolvido em JavaScript, o malware reúne código compilado e forte ofuscação, tornando a investigação técnica “desafiadora e demorada”, conforme o relatório. O objetivo principal é extrair o máximo de informações possível do dispositivo infectado. Entre os dados coletados estão:
Imagem: Trader Iniciante 2 (9)
A companhia ressalta que softwares antimalware capazes de detectar execuções maliciosas em JavaScript podem barrar a ação em dispositivos já comprometidos.
Não há, até o momento, estimativa oficial do número de vítimas que efetivamente tiveram dados roubados ou valores desviados.
Com informações de Cointelegraph