O BTG Pactual cortou suas projeções para o desempenho do Banco do Brasil (BBAS3) no segundo trimestre de 2025 e nos próximos anos. Em relatório divulgado nesta sexta-feira (1º), a instituição passou a estimar lucro líquido de R$ 5 bilhões para o período de abril a junho, redução de 23% em relação à previsão anterior, com retorno sobre o patrimônio (ROE) de 11,1%.
Para 2025, a nova expectativa de resultado caiu 20%, para R$ 23,5 bilhões, com ROE projetado em 12,5%. Já para 2026, o banco prevê lucro de R$ 28,2 bilhões e ROE de 14,2%, patamar 10% inferior ao consenso de mercado.
Os analistas acreditam que o Banco do Brasil anunciará, junto aos números do segundo trimestre — programados para 14 de agosto —, um ajuste em seu guidance de lucro líquido ajustado, agora estimado entre R$ 2-125 bilhões, além da redução do payout de dividendos de 40% para cerca de 30%. Com isso, o dividend yield esperado para 2025 recua para 5,6%, abaixo do observado em concorrentes como o Itaú (ITUB4).
A deterioração da carteira de crédito rural, impactada pelo aumento de pedidos de recuperação judicial no setor, segue como principal fonte de preocupação. Segundo o BTG, a inadimplência no agronegócio cresceu em maio e junho, exigindo maiores provisões.
Entre 2020 e 2023, o saldo de empréstimos ao campo no Banco do Brasil avançou a uma taxa composta de 20% ao ano. No mesmo período, o endividamento dos produtores também disparou, criando um cenário que o relatório descreve como uma “tempestade perfeita”, diante da combinação de queda de preços das commodities, condições climáticas adversas e mudanças regulatórias, como a Resolução 4.966, que elevou as exigências de provisão para crédito rural.
Imagem: Renan Dantas via moneytimes.com.br
O BTG lista ainda fatores que podem prolongar a pressão sobre a carteira agro:
Diante desse contexto, o BTG manteve recomendação neutra para as ações do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 24. A instituição pondera que o múltiplo P/BV de 0,63 vez possa parecer baixo, mas lucros mais modestos e menor distribuição de dividendos limitam a atratividade no curto prazo.
Com informações de Money Times