O clássico valor de US$ 0,99 estampa as latas de AriZona Iced Tea desde o início dos anos 1990, mas pode estar com os dias contados. O fundador e presidente da empresa, Don Vultaggio, afirmou em entrevista recente que a proposta do governo dos Estados Unidos de impor tarifa de 50% sobre o alumínio importado ameaça forçar o primeiro reajuste em mais de 30 anos.
Segundo Vultaggio, cerca de 20% das 100 milhões de libras de alumínio usadas anualmente na produção das “tallboys” — latas grandes de 680 ml — vêm do Canadá. Caso a tarifa entre em vigor, todo esse volume seria taxado na entrada do país, elevando de forma significativa o custo do material.
“Seria uma grande pena depois de três décadas”, disse o executivo ao comentar a possibilidade de aumento no preço final. Ele também alertou que os poucos produtores de alumínio doméstico podem aproveitar a proteção tarifária para aplicar reajustes próprios, o que ampliaria o impacto sobre a empresa e os consumidores.
O preço impresso diretamente na lata é peça-chave da política comercial da AriZona, centrada em “baixo custo e nenhum investimento em publicidade”. Mesmo com custos crescentes ao longo dos anos, a companhia manteve a margem sem repassar despesas ao consumidor.
Hoje, a marca figura entre as líderes de chá gelado nos Estados Unidos, com mais de 2 bilhões de latas vendidas anualmente e faturamento superior a US$ 4 bilhões, operando de forma lucrativa e sem dívidas.
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O governo norte-americano argumenta que tarifas mais altas reforçarão a indústria local, reduzirão déficits comerciais e aumentarão a arrecadação. Vultaggio, porém, defende que a proteção ao fabricante interno não deve abrir espaço para cobranças abusivas, ressaltando que levaria essa mensagem diretamente ao presidente se tivesse oportunidade.
Apesar da incerteza, o empresário diz que a AriZona encontrará formas de se adaptar caso o cenário tarifário se concretize.