Alfândega dos EUA desmonta esquema de US$ 400 milhões para burlar tarifas

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A Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês) desmantelou um esquema que tentava evitar o pagamento de tarifas impostas pelo governo norte-americano, identificando mais de US$ 400 milhões em tributos não recolhidos.

As fraudes foram descobertas por meio de investigações conduzidas sob o Enforce and Protect Act (EAPA), mecanismo usado para apurar transbordo ilegal de mercadorias e outras práticas destinadas a enganar o Fisco norte-americano.

“O programa EAPA é peça-chave de nossos esforços de fiscalização comercial. Trabalhamos incansavelmente para impedir a evasão e garantir condições equitativas às empresas dos Estados Unidos”, declarou o comissário da CBP, Rodney Scott.

Rede de empresas de fachada

Segundo a agência, mais da metade do valor sonegado – cerca de US$ 250 milhões – foi gerado por uma rede de 23 empresas de fachada chinesas. Esses grupos encaminhavam produtos a países como Coreia do Sul, Indonésia e Vietnã, onde eram reembalados e rotulados como manufaturados localmente, ocultando a verdadeira origem chinesa para driblar as tarifas.

Uma fonte ouvida pela emissora responsável pela divulgação do caso afirmou que agentes chegaram a inspecionar fábricas de colchões em Taiwan e Indonésia e constataram ausência total de produção, indício de que os locais eram usados apenas como endereço de fachada.

Imagem: Edward Lawrence via foxbusiness.com

“Nunca identificamos tantos importadores driblando medidas antidumping e compensatórias em uma única investigação consolidada”, afirmou Susan S. Thomas, diretora interina do Escritório de Comércio da CBP. Ela acrescentou que o valor a ser recuperado pode aumentar conforme novos importadores sejam envolvidos.

Casos sob suspeita

Além da operação principal, outros 89 processos foram sinalizados com suspeita de evasão de tarifas. De acordo com a CBP, as apurações continuam e o montante recuperado deve superar os US$ 400 milhões já encontrados.

A agência ressaltou que o objetivo das ações é proteger a indústria doméstica, assegurar concorrência leal e manter a integridade das cadeias de suprimento nos Estados Unidos.